jazida de profissões

A mineração é uma das mais importantes atividades econômicas do sul e sudeste do Pará. Foi pensando no mercado regional desta área que Unifesspa e UEPA criaram cursos de engenharia, tecnologia e meio ambiente.

Neste Especial, o Portal Correio de Carajás entrou nas duas universidades para garimpar histórias de sucesso de profissionais egressos de 12 cursos e descobrir como os estudantes são preparados para um mercado de trabalho cada ano mais promissor, mesmo em tempos de pandemia.

Filha de geólogo com 30 anos de atuação na Vale, Gabriela Ribeiro abandonou a primeira profissão para cursar Geologia e seguir os passos do pai

 

Gabriela Ribeiro faz análise de fragmento de rocha em laboratório da Unifesspa e se diz feliz com o curso

A experiência paterna foi determinante nos caminhos da estudante Gabriela Ribeiro, 27 anos de idade. O pai da jovem, Orlando Cordeiro Ribeiro, foi funcionário da Vale por cerca de 30 anos, e esta relação com a empresa atravessou os estudos e a carreira dela.
“Nasci em Carajás, e quando nos mudamos para Parauapebas fiz um curso técnico em Mineração e após isso entrei como jovem aprendiz da Vale. Trabalhei na empresa por mais ou menos quatro anos. Foi quando surgiu a oportunidade de vir para cá fazer vestibular e eu optei por Geologia, que era um dos meus sonhos”, conta.
Segundo Gabriela, que atualmente cursa o quarto semestre de Geologia, a experiência anterior na empresa e o curso técnico em Mineração agregam valor aos conhecimentos adquiridos na universidade. “É uma junção de informações e experiência. Fiz o técnico em mineração, trabalhei com carregamento de trem, e tudo isso foi uma porta de entrada para a geologia. Quando entrei na faculdade clareou mais o conhecimento. Hoje, tenho um estudo mais aprofundado sobre os minerais, suas propriedades físicas e químicas, além das dinâmicas dentro das minas, linkando estes conhecimentos com outras áreas”, explica.
Gabriela conta que após concluir a graduação, pretende retornar para as minas do sudeste do Estado e depois seguir para outras regiões. “Pretendo seguir na área da mineração ou estrutural, estudando as formas de relevo, tectônica de placas e as propriedades física e química do solo. Penso retornar para a Vale e mais adiante seguir carreira em outros lugares”, resume.

Geólogo tipo exportação

“A minha relação com a Geologia remonta às minhas origens. Nasci e cresci em Serra Pelada. Meu pai foi garimpeiro na década de 1980 e até hoje mora na região. Cresci vendo tudo aquilo, o garimpo, os garimpeiros. Inclusive cheguei a trabalhar no garimpo durante a minha adolescência, relembra o geólogo Marcílio Rocha, que carrega esta relação com a terra não só na experiência, mas também no próprio nome.
Da vivência em Serra Pelada, Marcílio teve contato com pesquisadores da área de Geologia, o que foi decisivo para a entrada dele no curso. “Eles faziam pesquisas no depósito da Serra Pelada e foi o primeiro contato direto que eu tive com a profissão. Em 2011, entrei no curso, na Unifesspa, e foi uma experiência muito boa para mim. Aprendi bastante, estudei muito e vi portas se abrirem, entre elas a chance de participar do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, que me deu a oportunidade de morar e estudar no Canadá por um ano e meio”, conta.
Após retornar do Canadá e concluir a graduação, Marcílio foi contratado por uma empresa de mineração com base na região de Marabá. Atualmente, ele está em temporada na Austrália, participando de um programa de intercâmbio proporcionado por essa empresa. Além disso, o geólogo foi o primeiro a realizar testes no mais recente meteorito que caiu no Brasil, em Serra Pelada. Um eucrito (tipo raro) o qual teve sua classificação aprovada e divulgada pela Internacional Society for Meteoritics and Planety Science.
Para ele, nada disso seria possível se não fosse a base fornecida pela universidade, e as experiências vividas na infância e adolescência. “O curso em Marabá é muito bom, está em um local estratégico, onde há muitas empresas de mineração, muita atividade na área, o que nos possibilita conhecer o ofício na prática. Na graduação, tive acesso à parte cientifica e também à base de mercado. Terminei o curso com uma ótima bagagem. Além disso, saí de uma condição de muita pobreza e agora estou podendo ajudar a minha família, que foram os primeiros a me trazer conhecimentos sobre a terra”, conclui.

"Trabalhei na Vale por mais ou menos quatro anos. Foi quando surgiu a oportunidade de vir para cá fazer vestibular e eu optei por Geologia, que era um dos meus sonhos".
Gabriela Ribeiro
Estudante
Pai de Gabriela Ribeiro trabalhou por 30 anos na Vale e foi a referência dela para atuar na mineração

Curso na Unifesspa já está consolidado

Pesquisar a origem, estrutura, composição e as transformações da crosta terrestre. Este é o trabalho desenvolvido pelo geólogo. O bacharel na área investiga fenômenos naturais como a erosão e a desertificação. Além da topografia de terrenos, minerais e fósseis, o geólogo localiza e acompanha a exploração de jazidas de minérios, reservas de petróleo, gás natural, carvão mineral e depósitos subterrâneos de água. 

Em Marabá, a graduação em Geologia é oferecida pela Unifesspa e recebeu nota 3 do MEC, como explica a coordenadora do curso, Gilmara Lima. “É um curso que já está consolidado. Iniciamos em 2005 e hoje, 60% dos egressos estão realizando atividades relacionadas com a mineração. O restante desenvolve trabalhos de pós-graduação, mestrado e doutorado em outras instituições. A região tem vocação para a área de mineração, e isso acaba sendo um atrativo para os alunos”, reconhece. 

Ainda de acordo com a coordenadora do curso, os laboratórios existentes na faculdade de Geologia são um dos diferenciais do curso. “A gente conta com todos os laboratórios necessários e isso é muito gratificante. Então, basicamente nós temos o laboratório de estudos geológicos, onde eles se reúnem para fazer toda a parte de relatório de campo; laboratório de mineralogia e paleontologia, que é onde os alunos identificam os minerais, laboratório de petrografia, mineralogia, geologia econômica, entre outros. A gente oferece todo este suporte aos nossos alunos”, afirma. 

O perfil do egresso de Geologia é um profissional versátil, que atenda às diversas exigências do mercado, como explica Gilmara: “Se o mercado é de mineração, ele vai atender. Se o mercado está pedindo que o profissional desenvolva algum trabalho relacionado a impacto ambiental, ele também vai ter condições de fazer isso. Se tiver algum problema relacionado à barragem, ele também vai estar apto para isso. A gente forma um geólogo capaz de solucionar problemas que a sociedade impõe, relacionando com meio ambiente e sustentabilidade”.

Estudantes do curso de Geologia em aula de laboratório para analisar tipos de rocha

Geologia em números:

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O jovem Luan Ribeiro conta como conseguiu transformar em realidade os sonhos que tinha na zona rural de um pequeno município da região

 

Futuros engenheiros civis em aula no Laboratório de Hidráulica da Unifesspa, em Marabá

“Eu nasci e cresci em Brejo Grande do Araguaia, em uma região sem grandes obras. Mas sonhava em trabalhar na área de construção, pois via muitas coisas pela televisão, arranha-céus, pontes. Aquilo tudo me deixava com muita curiosidade. Tinha atração por matemática e os professores foram me orientando para este lado”, conta o estudante do sexto semestre de Engenharia Civil, Luan Ribeiro de Souza.

Para conseguir realizar o sonho de ser engenheiro, Luan teve de se despedir da família e seguir para a área urbana. “Na pré-adolescência eu trabalhava na roça e também com gado. Já estava achando impossível conseguir realizar esse desejo. Foi quando a minha tia deu a ideia de eu ir estudar em Parauapebas. Lá concluí o ensino médio, fiz cursinho, prestei prova para engenharia, passei e vim morar em Marabá”, relembra.

Segundo Luan, o período de adaptação longe da família não foi nada fácil, mas valeu a pena e hoje ele se considera totalmente integrado no meio acadêmico. “Tive muitas dificuldades, principalmente durante o ensino médio. Era muito novo, tinha apenas 14 anos. Passava a semana toda longe da minha família e sentia saudades. Com o tempo eu fui me adaptando, e hoje a minha mãe brinca que a minha primeira casa é a Unifesspa, pois passo mais tempo aqui dentro do que na casa de moradia”, brinca.

E se depender de Luan, a Unifesspa vai ser a casa dele ainda por muito tempo. Entre as pretensões do estudante está a de seguir a carreira de docência. “Quero ter contato com o trabalho de construção de rodovias, com a área de transporte, mas penso também na docência. Voltar para a Unifesspa como professor seria um mundo perfeito para mim”, conclui.   

E VOCÊ, KYRIA?

Enquanto Luan alimentou o desejo de cursar Engenharia Civil desde a adolescência, Kyria Alves da Silva, aluna do oitavo semestre, descobriu a vocação durante o percurso. “No terceiro ano do ensino médio eu ainda tinha muitas dificuldades para decidir a área que iria. Sabia que era na área de exatas, mas sempre foi uma dúvida para mim. Escolher Engenharia Civil acabou se tornando uma das decisões mais acertadas que tomei, visto que me identifiquei fortemente com o curso”, afirma.

Entre as áreas de atuação, a estudante tem um carinho especial por construção, estruturas e matérias, e inclusive teve a chance de desenvolver trabalhos nesta linha dentro da universidade. “No terceiro semestre eu entrei no projeto de pesquisa de materiais ‘Análise da Substituição de Agregado Graúdo por Agregado Leve no Concreto’, e foi uma experiência maravilhosa, pois além de ter me encantado com esta vertente, ter esse tipo de experiência facilita a entrada no mercado de trabalho”, prevê.  

Pertinho de concluir a graduação, Kyria revela alguns planos para a carreira e adianta que sonhos não faltam. “Eu pretendo trabalhar na área da construção civil e depois em gestão empresarial. Quero muito experimentar as áreas de trabalho que me identifiquei na faculdade e, quem sabe, seguir a academia depois de uma experiência no mercado de trabalho”, conta.região

Luan Ribeiro trocou a enxada na zona rural pelo futuro, que passa pela Unifesspa
"Minha tia deu a ideia de eu ir estudar em Parauapebas. Lá concluí o ensino médio, fiz cursinho, prestei prova para engenharia, passei e vim morar em Marabá”.
Luan Ribeiro
Estudante

Meninas dominam a Engenharia Civil

Projetar, gerenciar e executar obras, como prédios, casas, estradas, pontes e barragens, acompanhando todas as etapas de uma construção ou reforma, da análise do solo ao estudo dos materiais. Esta é a principal atribuição de um engenheiro civil. A graduação em Engenharia Civil é oferecida pela Unifesspa desde 2014, e tem como um diferencial a grande atuação das mulheres, como explica o coordenador do curso, professor Alan Monteiro Borges. “Dizem que as engenharias são muito masculinas, mas aqui é o contrário. Temos um colegiado formado em sua maioria por mulheres, que atuam nas mais diversas áreas da Civil e que fazem um belo trabalho. A questão da igualdade é um valor que a gente preza e procura passar para os nossos alunos, que o curso é para mulheres também e o nosso colegiado prova isso”, argumenta, com orgulho.

Além disso, o coordenador vislumbra boas perspectivas para a área nos próximos anos. “O habitual é que durante uma crise, a área da construção civil apareça como uma das primeiras a serem afetadas. Porém, segundo dados recentes, a construção civil vem aumentando a empregabilidade. E especialmente na nossa região temos muitas expectativas, devido a projetos anunciados para serem desenvolvidos a médio e longo prazo”, celebra. 

Ainda de acordo com Alan Borges, o ingresso dos alunos no mercado começa desde a graduação. Cerca de 86% dos alunos do último período atualmente estão estagiando na Vale. “A empresa conseguiu levá-los para estágio em diferentes áreas. Alguns estão na ferrovia, no transporte de minérios, em Canaã ou Parauapebas. E é uma experiência boa para eles e todos estão levando muito a sério e empolgados com o que estão aprendendo na prática. Estas parcerias são fundamentais para a formação e futuro profissional de cada aluno”, constata Alan. 


Sim, as meninas dominam as vagas no curso de Engenharia Civil da Unifesspa

Engenharia Civil em números:

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FUNDAÇÃO
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TURMAS FORMADAS
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ALUNOS CURSANDO
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SALÁRIO INICIAL

Empresas juniores da Unifesspa atraem alunos das engenharias e uma delas chegou a faturar mais de R$ 600 mil em 2019

 

Unifesspa montou um “shopping” das empresas juniores, que compartilham experiências para atrair clientes

Já imaginou ter sistema de energia solar fotovoltaica em sua casa por um preço mais baixo e ainda com ótima qualidade? Em Marabá, a iniciativa da empresa E3J deu certo e tem oferecido opção de custo menor para quem deseja investir no segmento e diminuir custo com energia elétrica.

Participar de uma empresa júnior se mostrou altamente impactante na formação profissional de diversos estudantes universitários. Sem um salário, o pagamento que recebem é o desenvolvimento profissional que podem conquistar. Esses membros aprendem todos os processos da vida empresarial, já que atuam na presidência, direção, gerência e tantos outros cargos das empresas juniores. Mesmo sendo totalmente geridas por universitários, essas organizações chegaram a faturar mais de R$ 700 mil com projetos em 2019, como é o caso da EJ3, da Unifesspa, que atualmente conta com 22 membros e viu a conta inflar com R$ 600 mil.

A empresa também trabalha com projetos de automação, instalações elétricas residenciais, eficiência energética e até para escolas. A taxa cobrada por uma empresa júnior é quase sempre 40% mais barata que no mercado convencional. “A intenção é que a gente use todo dinheiro para capacitações internas, bem como melhor estruturação da empresa”, conta João Henrique de Oliveira, presidente da E3J. 

Para um aluno da Unifesspa ingressar na empresa júnior de seu curso ele participa de um processo seletivo e nenhum deles ganha salário ou qualquer tipo de ajuda financeira, porque a empresa existe para fins educativos. 

Maria Eduarda Ferreira Cabral é uma das 12 participantes da Nuclêa Jr., a empresa do curso de Engenharia de Materiais, que oferece prestação de serviço e consultoria como análises químicas e na otimização de processos na área de degradação de materiais. Ela conta que eles possuem um amplo portfólio de serviços e estão começando a divulgá-los para que empresas já estabelecidas possam contar com o suporte que dispõem a preço bem mais baixo.

Felipe Manuel, presidente da empresa júnior de Engenharia de Minas, revela que eles realizam projetos tanto para empresas grandes como para pequenas e consultorias, principalmente para agregar conhecimento prático e aproximar a indústria da academia, por meio de treinamentos. 

Atualmente, há 17 alunos na empresa júnior, mas todo o corpo estudantil pode participar dos projetos. “Atendemos cerca de cinco clientes por ano, sendo que alguns têm demanda semestral. Meu sonho é trabalhar em uma grande empresa e atuar na empresa júnior é um passo importante nesse sentido”, diz Felipe.

Prosseq Jr. faz análise de água

Felipe de Luca Lima Coelho tem 19 anos de idade, cursa Engenharia Química na Unifesspa e atua como gerente de marketing na Prosseq Jr., onde trabalha há um ano, desde que ela foi fundada. 

Segundo ele, a Prosseq Jr. oferece quatro serviços básicos para empresas e pessoas físicas, começando pelo carro chefe, que é a análise físico química e microbiológica da água. Mas eles também dão suporte à produção de um manual com boas práticas de fabricação, mais voltado para área alimentícia, como restaurantes, por exemplo. “A gente também faz gerenciamento de resíduos sólidos, mapeamento e otimização de processos dentro de indústrias e outros estabelecimentos.

Em relação à análise de água, conta que é voltada para um público geral e a Prosseq Jr. pode atuar tanto em residência quanto em indústria. “Principalmente quando são indústrias em que há grande movimentação de pessoas, que acabam consumindo muita água. Também somos procurados por condomínios e residências, quando os responsáveis querem saber sobre a qualidade da água”. 

Até o final de novembro, eles alcançaram faturamento de R$ 3 mil, mas sonham em bater a meta de R$ 18 mil até o final deste ano.

A In Project Jr. é a empresa júnior de Engenharia Civil da Unifesspa, focada em promover o desenvolvimento da infraestrutura da região e mudar a realidade de forma acessível. Eles produzem projetos modelados em BIM, com alta qualidade de compatibilização e de acessibilidade de acordo com normas técnicas vigentes. “Nosso portfólio atende a uma demanda de soluções, desde reformas e adaptações, análises de solos, ambiental, estrutural e de patologias, até a concepção do projeto completo”, propaga Gabriela Rodrigues, diretora de Relações Públicas.

Por sua vez, Bruna Vieira, aluna do 8º semestre de Civil, revela que até o final de novembro de 2019 a IN Project Jr. conseguiu fechar 22 projetos, alcançando um faturamento de R$ 10.400, mas que tentariam atingir a meta de R$30 mil. “Atualmente, a gente está mais ou menos com 22 funcionários (alunos) na empresa júnior. Como não temos ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), a gente não consegue assinar os projetos, mas temos parcerias com alguns escritórios para assinar os projetos e que também fazem revisão junto com alguns professores do nosso curso”, diz Bruna. 

No Campus da UEPA em Marabá, que congrega os cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Florestal, Engenharia Ambiental e Tecnologia de Alimentos, foi criada recentemente uma única empresa júnior, denominada de FAPA (Florestal, Ambiental, Produção e Alimentos).

Bruna Vieira: “Fechamos 22 projetos de engenharia civil só em 2019”
Felipe de Luca diz que Prosseq é muito procurada para análise de água

Empresas Juniores em números:

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JUNIORES EM MARABÁ
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DESCONTO EM SERVIÇOS
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VALOR EM NEGÓCIOS

Há dezoito anos a UEPA forma profissionais qualificados para elaborar soluções para problemas relacionados ao meio ambiente na região

 

Curso de Engenharia Ambiental da UEPA em Marabá já formou mais de 400 profissionais em mais de uma década

Dentro das opções da carreira industrial, a área de Engenharia Ambiental procura por soluções para os problemas relacionados ao meio ambiente, tais como abastecimento de água, saneamento, tratamento de águas residuais, gestão de resíduos e avaliação de impactos ambientais.

O curso de Engenharia Ambiental é oferecido pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) no Campus Marabá desde 2001, formando uma média de 400 estudantes em todo período de funcionamento.

Ao contrário das engenharias mais tradicionais, como mecânica, civil e elétrica, a engenharia ambiental tem a vantagem de proporcionar uma formação híbrida ao concluinte do curso. Ou seja, nessa graduação, o estudante tem contato tanto com matérias fundamentais à qualificação do engenheiro, como cálculo, física e estatística, por exemplo, quanto com disciplinas que envolvem biologia, química e ecologia.

A formação híbrida fornecida pelo curso possibilita ao engenheiro ambiental identificar, manejar e solucionar problemas de caráter ambiental. Ele atua sobre os desequilíbrios no ecossistema de certa região, a extração inadequada de recursos naturais e a emissão de poluentes. Além disso, projeta sistemas de gestão e tratamento de resíduos, planeja redes de saneamento bem como avalia riscos e compensações ambientais diversas.

Na mineração, a presença do engenheiro ambiental é essencial, pois ele contribui na busca por sustentabilidade, aliando o desenvolvimento social e econômico com o equilíbrio do meio ambiente.

De acordo com o coordenador do curso, professor Glauber Epifânio Loureiro, a tradicional graduação segue com uma demanda alta de procura, tanto por parte dos estudantes que desejam ingressar na área, quanto das empresas que necessitam de mão de obra especializada. “Existe uma grande procura por profissionais que tenham o engajamento com a sustentabilidade. Engenheiros que estudem esses impactos e sejam capazes de equacionar a demanda empresarial e a preservação do meio ambiente”, explica.  

Especialmente no tocante ao Pará, o coordenador salienta a necessidade da formação continuada de profissionais na área ambiental.  “O nosso Estado é marcado por duas atividades principais: a mineração e a agroindústria. Ambas são atividades modificadoras de recursos naturais e que precisam de estudos do impacto que causam e formas de controlá-los. A economia da mineração precisa de engenheiros focados no ambiental. Então, a demanda por trabalhadores que tenham essa especialidade é crescente, assim como a necessidade da formação de qualidade destes profissionais”, aponta.       

Segundo Glauber Loureiro, para garantir a excelência na formação dos alunos, a faculdade de Engenharia Ambiental conta com laboratórios modernos e um corpo docente sólido. “Hoje temos disponíveis uma equipe de professores efetivos, mestres e doutores voltados para diversas áreas, além dos técnicos de laboratórios. Possuímos, ainda, laboratórios de análise de solo, água, recursos naturais, recursos hídricos, contemplando todas as áreas voltadas para o controle ambiental e meio ambiente”, ressalta.     

“UEPA me deu boa base para o trabalho"

Egressa do curso de Engenharia Ambiental da UEPA, Gabriela Dias Saraiva diz que a faculdade lhe deu uma base excelente para alcançar uma vaga no mercado de trabalho. Menos de um ano depois da formatura ela passou em um processo seletivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade e foi trabalhar em Redenção.

Atuou no licenciamento ambiental de empresas de vários segmentos e sentiu segurança para desenvolver o trabalho porque teve uma boa base na faculdade. “Quando temos bons professores, laboratórios adequados, dedicação e esforço, as oportunidades aparecem. Eu recomendo o curso que fiz e se pudesse, começaria tudo de novo”, diz Gabriela.

Hanna de Moraes é aluna da turma de 2017 do curso de Ciências Naturais da UEPA. Atualmente, a estudante é bolsista do PIBIC e desenvolve um trabalho de iniciação científica que consiste em isolar bactérias a partir de solos contaminados com resíduos siderúrgicos.

“A gente parte do resíduo sólido que é pó de exaustão. Eu isolei fungos e bactérias e venho trabalhando em testes tanto com o solo quanto com os microrganismos em busca do resultado deste trabalho. Estou fazendo os testes com metais tóxicos que estão nesse resíduo e que fazem mal para o meio ambiente e quero saber em que medida esses resíduos não são benéficos para as bactérias e como elas conseguem conviver nesse ambiente contaminado”, explica.

A professora Milena Pupo Raimam, da disciplina de Microbiologia, atua nos cursos de Engenharia Ambiental e Florestal. Ela explica que há várias linhas de pesquisas ligadas ao meio ambiente que estão em andamento em parceria com algumas entidades. 

Uma delas é a que analisa resíduos industriais, avaliando a potencialidade que eles têm em diferentes tipos de indústrias e como podem ser utilizados na silvicultura, com corretivo de solo ou fertilizantes.

Outro trabalho na área de microbiologia é um estudo da comunidade de fungos micorrízicos provenientes de amostras de solo coletadas na Floresta Nacional de Carajás e na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri. “Essas florestam têm uma importância econômica, social e ambiental enorme e sentimos carência de gerar mais informações sobre a microbiologia daquele local. Precisamos cada vez mais estudar a vegetação, a fauna, mas a microbiologia não pode ficar de fora”, ressalta. 

 
Milena Pupo conduz estudos microbiológicos nas florestas de Carajás e Tapirapé
Acadêmicos estudam o solo da Floresta Nacional de Carajás

Engenharia Ambiental em números:

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FUNDAÇÃO
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SEMESTRES
0
EM ANDAMENTO
0
TURMAS FORMADAS
R$ 0 mil
SALÁRIO INICIAL

Curso de Engenharia da Computação oferece grandes possibilidades e egressos do Ensino Médio são fascinados por essa área 

Acadêmicos de Engenharia da Computação trabalham tanto com hardware quanto com software

Você gosta de Matemática, Física e Computação? Se sua resposta é sim, então tem perfil para o curso de Engenharia da Computação. Ele é do tipo bacharelado, tem duração de cinco anos e na Unifesspa ele é cursado de forma integral, ou seja, o aluno estuda pela manhã e à tarde.

Os estudantes terminam a graduação com conhecimentos aprofundados em Eletrônica Digital, Tecnologia de Programação, Engenharia de Software, Organização e Arquitetura de Computadores, Inteligência Artificial, entre outros. Além disso, os alunos do curso de Engenharia da Computação levam projetos de robóticas para estudantes do ensino médio para atrair talentos que têm facilidade com as matérias afins e isso fascina muito a quem assiste. É o caso de Fernando da Silva Freire, nascido em Marabá, residente no Km 7, Nova Marabá.

Ele conta que concluiu o ensino médio na Escola Gaspar Viana e desde lá sonhava cursar Engenharia da Computação para trabalhar com hardware. “Concluí em 2012 e tentei ingressar, mas infelizmente não tinha Engenharia da Computação em Marabá. A cidade mais próxima era Tucuruí, onde tentei, mas não passei. Por sorte, dois anos depois abriu o curso aqui na minha cidade e passei na turma de 2015”, conta. 

Fernando Freire diz que desde a metade do ensino médio ele já sabia o que queria estudar na faculdade. “Uma vez, no 2º ano, a professora perguntou qual era o curso do meu sonho. Fui bem sincero porque eu já tinha pesquisado o que seria esse curso, qual a diferença, entre outros. Então, a grade que possibilitava o acesso aos cursos de tecnologia foi a de Engenharia da Computação, por ser bem interessante.”

Faltando apenas um semestre para encerrar o curso, Fernando está empolgado com o mercado de trabalho que se avizinha e quer trabalhar aqui mesmo na região. “Estou envolvido na Bits Júnior, a nossa empresa júnior da faculdade, e também sou aluno da iniciação científica, aproveitando ao máximo as possibilidades para decidir em que quero trabalhar. Posso atuar na área de pesquisa ou ser empreendedor”, diz.

Atualmente, a empresa júnior de Engenharia da Computação, segundo ele, tem portfólio de trabalho de desenvolvimento de aplicativos mobile e também de sites, com sistema embarcados. “Eu desenvolvo um projeto de aplicativo para atender ONGs e ele foi parar na Bahia. Isso mostra que o nosso potencial aqui de Marabá tem caráter nacional”, avalia. 

MEC deu nota 4 para o curso em Marabá

O bacharelado em Engenharia da Computação conta com 40 vagas anuais, todas no turno integral. O Ministério da Educação deu nota 4 ao curso, recentemente, observando que os conteúdos curriculares escolhidos estão, de forma geral, adequados para a formação de um engenheiro de computação. “O curso está consolidado nas regiões sul e sudeste do Pará, proporcionando aos alunos destaque no ensino e pesquisa na região”, argumenta José Carlos da Silva, coordenador do curso de Engenharia da Computação.

Natural do Mato Grosso, ele fez doutorado na Unicamp, em Campinas, e depois foi trabalhar numa empresa de pesquisa aplicada durante 15 anos. Passado esse tempo, José Carlos buscou concurso para professor na Unifesspa, passou e está em Marabá desde julho de 2017. Ele orgulha-se que a Engenharia da Computação tem outros 11 professores, sendo que 80% deles possuem doutorado e os demais estão concluindo esse mesmo nível.

José Carlos explica que a diferença do curso de Engenharia da Computação para Sistema da Informação é que o primeiro integra o software junto com o hardware, enquanto o segundo está focado especificamente no software (programa). “A gente costuma brincar que o engenheiro da computação é a composição entre o engenheiro eletricista e o profissional de sistema de informação”.

O curso conta com quatro laboratórios: um de redes, um de sistema embarcado, um de circuitos elétricos e eletrônica e o quarto de programação. “Além de utilizarem os laboratórios durante as aulas, os alunos fazem uso destes espaços para treinamentos em horários alternativos”. 

O professor ressalta que os estudantes são preparados para o mercado de trabalho ainda na faculdade, podendo até mesmo seguir a carreira por meio de empreendedorismo. Isso acontece por meio da empresa júnior, que já atende várias empresas do mercado regional. “Isso dá um diferencial muito importante. Inclusive, jovens egressos de Engenharia da Computação montaram uma empresa deste segmento recentemente e estão instalados no Shopping Pátio Marabá”.

Professor José Carlos diz que alunos são estimulados ao empreendedorismo

Engenharia da Computação em números:

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FUNDAÇÃO
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SEMESTRES
0
EM ANDAMENTO
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TURMAS FORMADAS
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EM ANDAMENTO
R$ 0 00
SALÁRIO INICIAL

Unifesspa forma jovens talentos que pesquisam novos materiais, aperfeiçoam suas propriedades e estudam alternativas de aplicação de outros já conhecidos

Laboratório de Ensaios Destrutivos da Unifesspa está bem equipado e forma jovens para o mercado de trabalho

“Nasci em Marabá e me formei pelo curso de Engenharia de Materiais quando a graduação ainda fazia parte da antiga UFPA. Foi uma formação muito importante na minha vida. Estou atuando há mais de dez anos na área de engenharia de processos, de produtos siderúrgicos e, ao longo da carreira, já desenvolvi vários projetos”, conta, orgulhoso, o engenheiro Neiclésio Nunes. 

Ele reconhece que sua ascensão no mercado só aconteceu após a conclusão da graduação. “Assim que saí da faculdade ingressei na siderurgia. Depois, fiz MBA em gerenciamento de projetos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e uma especialização em um curso de formação em Green Belt-Six sigma, que é uma certificação para soluções de problemas. Além disso, consegui uma certificação pela CNEN, que é a Comissão Nacional de Energia Nuclear, como supervisor de radioproteção, e hoje sou o supervisor de radioproteção da empresa em que atuo”, explica. 

Enquanto Neiclésio já trabalha plenamente na área, Beatriz Cordeiro se prepara para ingressar no mercado de trabalho. A aluna do oitavo semestre do curso de Engenharia de Materiais da Unifesspa, em Marabá, está em processo de conclusão de curso por meio de uma pesquisa fundamental para a área. “Estou há cerca de seis meses trabalhando em laboratório num projeto de soldagem por resistência”, revela ela.

A pesquisa é feita em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), que envia o material necessário para as análises. “Faço análise de amostra de ligas a base de cromo, molibdênio, tungstênio e com adição de titânio. São peças usadas para a fabricação de tubulações para a indústria petroquímica e como são materiais submetidos a altas temperaturas, desgastes e meios corrosivos, a pesquisa pretende encontrar a mais adequada forma de melhorar a resistência desses materiais”, explica. 

Para Beatriz, é uma satisfação poder desenvolver um trabalho que vai trazer inovação tanto no âmbito acadêmico quanto industrial. “Acredito que é uma forma de contribuição de novas tecnologias para as empresas, e de conhecimento não só pra mim que estou desenvolvendo a pesquisa, mas para os demais colegas que também estão no curso e podem dar continuidade a essa linha de pesquisa, alinhados com a indústria”, resume. 

Projeto transforma metal em arte

Nem só em máquinas o metal se transforma. Por meio do projeto de extensão de Escultura em Metal e Arte Soldagem, os alunos de engenharia dialogam com a arte. Ítalo Santos, aluno do quarto semestre da faculdade de Engenharia de Materiais, faz parte do projeto e conta sobre ele: “é uma parceria entre a faculdade de Engenharia de Materiais e a de Artes Visuais, que visa a construção de peças escultóricas. No caso, a faculdade de engenharia entra como fonte de tecnologia metalúrgica e soldagem e a de artes com a parte conceitual artística das peças que vão se tornar esculturas”. 

Há cerca de nove meses no projeto, Ítalo afirma que a experiência vem mudando a forma dele pensar as estruturas de metal e abrindo novos horizontes. “É uma experiência muito boa de interdisciplinaridade. Aqui aprendemos que não utilizamos o metal só para construir ferramentas, ou revestimentos de metais para máquinas pesadas e materiais que vão sofrer desgaste, mas usamos esse metal pra dar forma em alguma coisa, para demonstrar algo e despertar a sensibilidade. Meu foco sempre foi trabalhar com o metal e integrar este projeto é uma forma de expandir meus conhecimentos sobre ele”, justifica.  

Ainda de acordo com o estudante, o projeto é aberto ao público por meio de oficinas oferecidas pelas faculdades de Engenharia e Arte. “Estamos abertos ao público por meio da oferta de oficinas, especialmente aos alunos do ensino médio das escolas públicas, para que eles tenham contato com estas duas áreas e encontrem pontos de identificação com ambas”, resume.       

SOBRE O CURSO EM MARABÁ

Pesquisar novos materiais e o uso deles na indústria, propondo combinações que resultam em produtos inéditos ou mesmo a atualização da aplicabilidade de materiais já conhecidos. Esta é a função do engenheiro de materiais. O curso de Engenharia de Materiais foi fundado em Marabá em 2004 na antiga UFPA e hoje é gerido pela Unifesspa. Um dos diferenciais do curso na região é o direcionamento para a área de mineração, como explica o coordenador Prof. Dr. Márcio Corrêa. “Preparamos o engenheiro de materiais não só para o mercado local, como para o nacional e mundial. No mercado local a mineração absorve egressos, mas também temos indústrias de verticalização da mineração voltadas para a área da metalurgia e ainda há o setor do empreendedorismo, pois essas empresas dependem também de outras prestadoras de serviço”, pondera. 

Ainda no tocante à mineração, Márcio Corrêa considera o papel do engenheiro de materiais imprescindível para a área. “A mineração depende da Engenharia de Materiais porque você não faz mineração sem equipamentos. Eles são fabricados a partir dos vários tipos de materiais e com o tempo sofrem efeitos do desgaste”, ensina.   

Beatriz Cordeiro desenvolve projeto de soldagem por resistência em parceria com a USP
Ítalo Santos afirma que: “Parceria visa a construção de peças escultóricas”

Engenharia de Materiais em números:

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Estudante egressa de Engenharia de Minas tornou-se docente do curso e agora cursa doutorado na Europa

Laboratório de Ensaios Destrutivos da Unifesspa está bem equipado e forma jovens para o mercado de trabalho

“Toda a minha vida escolar e universitária foi baseada no ensino público. Em 2007, eu optei por prestar vestibular para Engenharia de Minas e graças a essa decisão hoje eu estou aqui na Alemanha fazendo o meu doutorado”. Esse é um relato emocionado da professora de Engenharia de Minas e Meio Ambiente da Unifesspa, Ana Luiza Carvalho. 

Ela faz parte de um rol de alunos que aproveitou todas as possibilidades ofertadas pela universidade. Ainda na graduação, participou como bolsista de um projeto de iniciação científica sobre lixiviação com o Prof. Dr. Reginaldo Sabóia e, na sequência, cursou um ano da graduação na Europa, por meio do Projeto Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. “Em 2012 eu tive esta oportunidade de cursar dois semestres na Universidade de Bolonha, na Itália. Essa experiência me fez perceber que eu poderia alçar voos ainda mais altos, aprender novas línguas e imergir em outras culturas. Voltei do intercâmbio decidida a seguir carreira acadêmica, mais especificamente como professora do curso que me formei”, conta ela.

Com a meta da docência traçada, Ana Luíza concluiu a graduação e entrou automaticamente no mestrado de Lavra de Minas da UFOP, em Ouro Preto, já focando nas demandas do curso da Unifesspa. “Minha vontade era atuar em ‘casa’. Então quando abriu uma vaga de técnico de laboratório da Faculdade de Engenharia de Minas, eu agarrei com todas as forças. Fui aprovada e pude trabalhar no laboratório onde também havia sido bolsista, em um projeto de flotação do prof. Denilson Costa. Felicidade era a palavra da vez. Orgulho também. Orgulho de onde eu vim e de onde havia chegado”, relembra.

Ana Luíza foi aluna da Unifesspa e hoje é professora

No ano seguinte, 2017, a tão sonhada vaga para professor efetivo do curso de Engenharia de Minas abriu e Ana Luíza realizou a prova e foi efetivada no início de 2018. Atualmente, a professora está afastada da Unifesspa para concluir o doutorado em Processamento de Rejeitos Minerais na Universidade Técnica de Clausthal, na Alemanha. “Em 2014, a universidade me deu uma profissão e graças a ela eu venho realizando todos os meus sonhos. Eu tenho uma ligação muito forte com a Unifesspa e com a Engenharia de Minas. Sou muito grata a tudo que elas acrescentaram à minha vida”, resume. 

Assim como Ana Luíza, Lucas Miranda é um egresso que optou por continuar na Universidade. Ele já tinha contato com a área da mineração desde o ensino médio, fez o concurso para técnico de laboratórios ainda na graduação. “Fiz o ensino médio integrado ao técnico de mineração. Então, quando eu entrei na faculdade, já tinha essa relação com a área. Durante o curso surgiu uma oportunidade de fazer o concurso e era exigido o ensino técnico. Fiz, fui aprovado em quinto lugar. Mas como era apenas uma vaga, segui em frente. Tempos depois me formei e fui trabalhar em uma empresa privada. Na sequência, me chamaram para assumir o cargo, e como gosto e quero seguir a carreira acadêmica, não pensei duas vezes”, recorda. 

Lucas compara a experiência de estar no laboratório com um estágio preparatório para a docência, onde a troca constante com alunos oxigena tanto os conhecimentos técnicos quanto os metodológicos. “No laboratório, sou responsável também por ministrar aulas práticas, e é muito gratificante ouvir de alunos que eles se espelham em mim, um egresso que hoje está trabalhando na universidade. Esse referencial é importante, pois as vezes a gente encontra alunos que querem desistir do curso e veem no trabalho dentro do laboratório e nos projetos de extensão uma oportunidade de seguir na carreira”, afirma.    

Mercado absorve 85% dos egressos do curso

Louis Tabosa: “Temos profissionais em quase todas as empresas de mineração da região”

O curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, em nível de graduação, é oferecido pela Universidade do Sul de Sudeste do Pará (Unifesspa) desde 2005 e surgiu para suprir a demanda da região. De acordo com o coordenador do curso, professor Louis Dostoievsky Gomes Tabosa, a formação de mão de obra qualificada se tornou uma urgência frente aos postos de trabalho ofertados. “Há muitas minas localizadas na região e a mão de obra vinha de fora e pouco tempo depois queriam retornar aos seus estados de origem. Então, foi feito um trabalho em conjunto, entre a antiga UFPA, hoje Unifesspa, e a Companhia Vale do Rio Doce para criar um curso que formasse mão de obra qualificada com pessoas que tivessem a intenção de ficar e ajudar na economia local”, explica.

Ainda de acordo com o coordenador do curso, a absorção dos profissionais da área é intensa e se inicia desde a graduação, por meio das parcerias para oferta de estágio. “Cerca de 30% dos alunos terminam os estágios obrigatórios e já são contratados pela empresa, sem passar por nenhum período de desemprego. Temos profissionais em quase todas as empresas de mineração da região, com cerca de 85% dos egressos absorvidos pelo mercado local”, comemora o professor.   

Entre as habilidades e competências esperadas de um profissional de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, Loius Tabosa destaca a capacidade de executar as demandas técnicas da área, aliadas ao compromisso com a sustentabilidade. “Eles têm de ter as habilidades da engenharia, serem profissionais que saibam utilizar bem as ferramentas da geofísica e da matemática e, além disso, ter uma consciência ambiental. O profissional que é formado aqui entende que a gente ainda é dependente da produção de mineração, mas que por outro lado precisamos cuidar e conservar o meio ambiente”, resume. 

Conheça a história do menino que sempre estudou em escola pública em Marabá e hoje é engenheiro de uma das maiores mineradoras do mundo

Diogo volta à Biblioteca da Unifesspa, agora com mais títulos e adaptada aos novos tempos

Diogo da Silva Menezes estudou todo o ensino fundamental na escola pública Jônatas Pontes Athias, na Folha 22,  em Marabá. No ensino médio, matriculou-se na antiga Escola Rio Tocantins, atualmente CMRio. De lá, foi direto para o Campus II da Universidade Federal do Pará em Marabá, hoje Unifesspa, onde graduou-se em Engenharia de Minas.

“Eu sou da Folha 12, Nova Marabá. Graduei em 2010 e em 2011 entrei na Vale, em Carajás, mas hoje trabalho na Mina do Salobo. Saí da universidade e fui direto para a maior operação de mina do mundo, que é Carajás. No início foi bem assustador, tive bastante medo, fiquei apreensivo, mas depois comecei a perceber que o ensino que tive na faculdade consegui aplicar de fato na minha atividade. Isso é interessante, porque vi que fui preparado por um bom tempo e que aquele ensino  que tive não foi à toa”, relata.

Diogo morou inicialmente no Núcleo Urbano de Carajás e depois em Parauapebas, onde conheceu a esposa, Larissa, em 2012, com quem tem um filho. “Hoje trabalho no Salobo, que é território marabaense. Então eu faço todo dia a jornada entre Parauapebas e Marabá. A vantagem é que esta é uma região bem próxima, a gente tem contato com familiares, tenho um irmão que trabalha na Vale também, formado pela Universidade Federal do Pará”.

Ele trabalha na infraestrutura de mina do Salobo, complementar às demais, sendo responsável pela manutenção de todos os acessos e praças de carregamento e basculamento da mina, como bombeamento, drenagem, plano de drenagem, controle de efluentes e de material particular. “Inclusive, eu trabalho no Salobo com alguns outros egressos da faculdade que trabalham na gerência de operação. Dou suporte a eles”, explica.

Diogo participou neste mês de um evento em comemoração aos 10 anos de formatura da primeira turma de engenheiros de minas e meio ambiente no Campus 2 da Unifesspa. “Estou bastante nostálgico, chegar aqui e encontrar todo mundo já estabelecido, cada um tomou um rumo na vida. A gente tem amigos que estão em outros estados, que há muito tempo eu não via. A gente conta as histórias, os perrengues que passamos aqui, o início do curso”.  

Ele foi aluno da segunda turma e relembra que a biblioteca tinha um acervo muito reduzido naquela época, não havia internet com qualidade para pesquisa. “Por outro lado, eu tive o prazer de ajudar na construção de alguns laboratórios, então boa parte dos equipamentos foi especificada por nós. Fui aluno, bolsista de alguns projetos aqui da faculdade e ajudei a montar alguns laboratórios. Isso me orgulha”, conta. 

Engenheiros de minas egressos da Unifesspa celebraram 10 anos da formatura da primeira turma

O mercado se abriu para o jovem Artur

Outro exemplo de egresso de sucesso do curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente da Unifesspa é o jovem Artur Silva Alves, natural de Belém. Lá, ele estudava Engenharia Química e acabou passando no concurso da, ainda, Universidade Federal do Pará, em Marabá, para técnico em química. Por causa do novo emprego, mudou o curso para Engenharia de Minas e hoje está realizado.

Após a conclusão do curso, ele pediu exoneração na Unifesspa e foi atuar como engenheiro de minas no governo do Estado do Pará, especificamente na Secretaria de Mineração, onde permaneceu por quatro anos e meio.

Depois, Artur foi atuar em uma empresa chamada Serabi Mineração, onde permaneceu por um ano e meio. Em seguida, recebeu uma proposta da Vale, indo atuar na mina de Onça Puma, em Ourilândia do Norte. 

“O mercado para o engenheiro de minas está aquecendo. E isso perpassa pelas questões ambientais. Nós temos dezenas de projetos de mineração espalhados pelo Pará e Brasil afora esperando as licenças ambientais”, explica Artur.

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Um dos cursos “caçulas” da Unifesspa se fortalece ainda mais com popularização da energia fotovoltaica

Modernos equipamentos estão disponíveis em laboratórios do curso de Engenharia Elétrica

Planejar, construir e manter sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Esta é a função do engenheiro eletricista. O curso de Engenharia Elétrica é oferecido pela Unifesspa desde 2014 e formou a primeira turma no início de 2019. Aos poucos, a energia solar tem mudado a forma como os brasileiros consomem energia e a menina dos olhos dos alunos e de boa parte dos egressos do curso tem sido a energia fotovoltaica. 

De acordo com o coordenador do curso, professor Valdez Aragão, o segmento vem se atualizando junto com as novas formas de se pensar energia elétrica, o que aumenta a demanda e procura por profissionais da área.  

“O curso de Elétrica é sempre procurado. Existe uma demanda muito grande. Atualmente, por exemplo, temos vários alunos estagiando na Vale. O ‘boom’ da energia solar é um dos atrativos atuais. Algumas empresas procuram os egressos do curso para trabalhar especificamente nessa área. Inclusive, temos alunos egressos montando suas próprias empresas no ramo de energia solar”, conta.

Além disso, Waldez destaca que a atuação do profissional da Engenharia Elétrica se faz necessária em diversos campos e setores. “Qualquer empresa, seja pública ou privada e de diferentes áreas, tem a sua parte elétrica e eletrônica e precisa de profissionais que trabalham no ramo da elétrica para dar conta das demandas. Esta é uma área ampla, que engloba desde as telecomunicações e circuitos até as redes de alta tensão. Há um leque grande de opções para os alunos que pensam em ingressar no curso”, garante.

Embora a Engenharia Elétrica seja relativamente nova na Unifesspa, o coordenador afirma que a faculdade tem toda a infraestrutura necessária para a formação destes profissionais, e que, inclusive, os alunos da primeira turma formada foram absorvidos instantaneamente pelo mercado, seja montando o próprio negócio ou trabalhando para empresas privadas. “Temos laboratórios novos com o material essencial para atender nossos alunos. Cerca de 80% do corpo docente do curso é formado por professores doutores. Então, os nossos discentes saem da graduação preparados para o mercado de trabalho, para solucionar problemas em diferentes vertentes”, avalia.

Ainda de acordo com Valdez, a aproximação da faculdade de Elétrica com a comunidade, por meio de projetos de extensão orientados pelos professores, é mais um diferencial do curso e acende a ideia dos estudantes de seguir esta área de atuação. “É muito interessante a abordagem de alguns professores nos projetos de extensão levados para as escolas municipais de Marabá. Eles tornam os alunos curiosos e propensos a dar atenção para a Engenharia Elétrica, além de ser um atrativo para, quem sabe, atrair futuros talentos para a faculdade”.       

Sonho de João mudou com o novo curso

Natural do Piauí, João Henrique Oliveira de Assis estacionou em Marabá para começar uma nova vida. O tio dele tinha acabado de se mudar para a cidade, lhe dando a oportunidade de conhecer o Norte do país e começar a traçar a futura carreira. “Eu concluí o meu ensino médio junto com o técnico e a ideia era vir para cá para iniciar essa carreira de técnico, mas concomitantemente acabei entrando na faculdade”, diz ele.

Até então, o estudante não se imaginava cursando Engenharia Elétrica. Ele fez as provas sem intenção de seguir na área, mas ao ser aprovado descobriu um mundo novo. “A princípio, eu tinha um interesse de estudar Engenharia Civil. Mas quando eu conheci de fato a elétrica, me apaixonei pelo potencial do curso e pelas oportunidades que ele proporciona. Não era algo intencional, mas acabou se tornando a minha vocação”, reconhece.

Já no segundo semestre, João Henrique passou a integrar a Empresa Júnior da faculdade de Engenharia Elétrica e a pensar a profissão dentro da perspectiva do empreendedorismo. “Na empresa júnior a gente tem a chance de trabalhar em todos os processos da prestação de serviço, ter contato com empresas, ampliar a visão empreendedora. É uma experiência muito importante”, descreve.

Com a graduação ainda em andamento, o aluno já vislumbra uma carreira onde a excelência seja o principal atributo. “Me vejo muito trabalhando na área, já tenho um projeto em andamento que é o trabalho de conclusão de curso e quero poder me formar para dar continuidade a este trabalho desenvolvido na universidade e para colocar em prática os conhecimentos adquiridos”, resume. 

João Henrique veio do Piauí e está radiante com o curso na Unifesspa

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Curso de Engenharia Florestal forma profissionais para contribuir na produção de bens, mas com foco no cuidado com o meio ambiente

Acadêmicos estudam espécies oriundas de área de supressão florestal da Flona Tapirapé-Aquiri

Analisar a dinâmica das florestas e seus ecossistemas, focando nos recursos florestais, exploração e reflorestamento. Este é o trabalho do engenheiro florestal. O curso de Engenharia Florestal é ofertado no Campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA) em Marabá e possui laboratórios que atendem às necessidades de conhecimento dos alunos nas diferentes linhas de pesquisa.

Segundo o professor da faculdade de Florestal, Luiz Eduardo Melo, a profissão passa por um período de reaquecimento no mercado. “Há cerca de dois anos havia maior dificuldade de inserção de um egresso no mercado de trabalho, porque ele era muito fechado. Mas hoje a gente passa por um processo de mudanças em todo o Pará, a respeito da forma de se pensar a biodiversidade. Então é um mercado que existe e está em plena expansão”, celebra.     

Ainda de acordo com Luiz Eduardo, a infinidade de espécies vegetais ainda não catalogadas amplia o leque de atuação do engenheiro, que se coloca como um observador atento frente à biodiversidade. “A Amazônia possui muita coisa disponível, nós ainda temos muita floresta. Ela existe e está presente disponibilizando várias matérias primas para a exploração. Então neste sentido o papel do engenheiro florestal é fundamental para melhorar a produtividade e garantir a sustentabilidade”, explica.

No tocante à mineração, Luiz Eduardo aponta a atuação do engenheiro florestal como imprescindível. “O que é utilizado para mineração está embaixo do solo. E acima do solo está uma floresta, e a gestão dela parte de um conhecimento técnico que somente um engenheiro florestal tem, então a presença dele pode servir para saber valorar as espécies que há em determinado ambiente, o melhor método de exploração da área, e também para entender a dinâmica daquele sistema florestal e ajudar a descobrir se o minério que está ali é ou não mais importante do que aquela floresta em pé. Mas, principalmente, a presença do engenheiro florestal é fundamental para disponibilizar para o mercado uma visão de sustentabilidade, de extrair esse sub-produto de uma forma mais sustentável”, defende.

Salobo é fonte de pesquisa

Atualmente, o curso de Engenharia Florestal possui uma parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade), o que vem possibilitando aos alunos e pesquisadores da Uepa terem acesso a importantes materiais. Dentre os projetos, um dos que possuem mais destaque é realizado na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri, na área que compreende o Salobo, da Vale. 

Nesta pesquisa, estudantes e professores analisam espécies arbóreas da área de supressão florestal, como explica o professor Luiz Eduardo Melo: “A supressão florestal é um método de exploração legal dentro do Código Florestal, permitindo fazer a retirada total da floresta para a extração de minério. Dentro da mineração, desse processo de retirada de toda essa matéria florestal da área, a gente trabalha de forma a acompanhar cada etapa, analisar as amostras de madeira, catalogando espécies e descrevendo o potencial de cada uma delas”.  

Segundo o professor, trabalhar neste tipo de projeto possibilita ampliar o conhecimento sobre as espécies vegetais e, inclusive, oferecer ao mercado matérias primas alternativas. “A Amazônia possui 11% das espécies arbóreas do mundo. Trabalhar nesse projeto permite que a gente conheça espécies que não são comercializadas na região, valorizando o potencial de cada uma delas. A gente identifica, caracteriza tecnologicamente estas espécies e apresenta para o mercado consumidor, mostrando que há espécies que podem ter a utilização substituída por outras, trazendo sustentabilidade e verticalização da exploração florestal na região”, resume.

Gabriele Melo de Andrade, aluna do 9º semestre da faculdade de Engenharia Florestal, é uma das bolsistas do Instituto Chico Mendes que integra o projeto na Floresta Tapirapé-Aquiri. Ela conta que a pesquisa, que ainda está em andamento, já apresenta resultados importantes. “Nós já catalogamos 14 espécies arbóreas na área. Dentre elas, quatro não possuíam características descritas na literatura, em nenhum banco de dados. Nós aqui no laboratório estamos descrevendo-as pela primeira vez”, anuncia.

Pau preto, tamanqueira e a Gameleira são três dessas espécies catalogadas e, segundo a estudante, estão em processo de análise. São espécies que não têm a sua madeira de conhecimento do grande público. “É um trabalho que estamos desenvolvendo para verificar quais dessas espécies têm potencial de utilização, como elas se comportam, quais são suas características. A partir disso, a gente consegue valorar e possibilitar que sejam utilizadas, diminuindo a pressão sobre outras espécies que são altamente comercializadas pelo mercado da região”, explica.

Para a estudante, a possibilidade de participar de um projeto de pesquisa é um marco para uma carreira ainda em construção. “Me interesso muito pelas atividades no laboratório, nas pesquisas que consigo desenvolver como estudante, e espero que toda esta experiência me dê subsídios para contribuir cada vez mais com o meu trabalho futuramente”, resume.


“Na mineração, acompanhamos a supressão florestal, que está prevista no Código Florestal. A gente trabalha de forma a acompanhar cada etapa, analisar as amostras de madeira, catalogando espécies e descrevendo o potencial de cada uma delas.”
Luiz Eduardo Melo,
professor de Engenharia Florestal

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Acadêmica Eva Castilho estuda ruídos na Avenida Antônio Maia e diz que não liga para disparidade entre gêneros na faculdade

Modernos equipamentos estão disponíveis em laboratórios do curso de Engenharia Elétrica

Lugar de mulher é na engenharia. É com esta visão que Eva Raiane Silva Castilho, estudante do oitavo semestre do curso de Engenharia Mecânica, segue a carreira acadêmica e profissional. Natural de Redenção, a aluna se mudou para Marabá para realizar o sonho de se tornar engenheira. “Sempre quis ser engenheira, mas até então não havia escolhido qual delas. Pelo campo de atuação, área de aplicação, base de física e demanda de mercado, eu acabei escolhendo Engenharia Mecânica, curso com o qual  sempre me identifiquei muito e hoje estou aqui por amor mesmo”, afirma Eva. 

Quanto à disparidade entre os gêneros dentro das áreas de exatas, a aluna é categórica: “A gente percebe a diferenciação, especialmente dentro do mercado, que não é tão igualitário assim, mas a gente está aqui para quebrar padrões e ver até onde a gente consegue alcançar”.

Andando em passos largos, Eva está na fase de finalização da graduação por meio do desenvolvimento de um projeto de pesquisa que pretende mapear o ruído da região central da Velha Marabá. Segundo a acadêmica, o objetivo do trabalho é levantar os indicadores do nível de ruído e mapear acusticamente toda a área. “É uma forma de contribuir com o banco de dados da cidade e planos de ação para ver se a gente consegue amenizar os impactos, colocar plano de controle de ruído e fundamentar a qualidade de vida urbana”, explica. 

O trabalho ainda está em fase de análises, mas a estudante já possui alguns resultados preliminares que podem ser compartilhados com a comunidade. “Já conseguimos classificar o ambiente acusticamente como ruidoso e acima dos padrões limites da legislação. Agora estamos no momento de análises dos pontos que não conseguimos realizar in loco e de apresentação de soluções para definir um nível de ruído aceitável na região”, conclui.  

Projeto AeroDesign

Aprender Engenharia Mecânica na prática por meio da paixão em voar. Essa é a proposta do projeto de extensão AeroDesign, desenvolvido desde o início de 2019 pela Faculdade de Mecânica da Unifesspa. A iniciativa é alinhada ao SAE Brasil AeroDesign, entidade que incentiva as universidades e alunos de cursos de engenharia de todo o país a desenvolverem um projeto de aeromodelo, desde o desenho e simulação até os testes de voo e apresentação pública.

Kessio Silva, aluno do oitavo semestre integra a equipe do projeto AeroDesign desde a fundação. Ele conta que a imersão no projeto começou muito antes dele ser chancelado pela universidade, por meio de trocas com pesquisadores de outras regiões em congressos nacionais. “Parte da atual equipe já desenvolvia projetos deste perfil, em contato com outros estudantes e de outras universidades, tanto pelas redes sociais, como por e-mail ou congressos. Participamos do CONEM (Congresso Nacional de Engenharia Mecânica), conhecemos professores, coordenadores de projetos que deram dicas para gente. E a partir daí fizemos as primeiras experiências, utilizando os softwares de simulação estrutural e aerodinâmica dos laboratórios da faculdade”, lembra. 

Após nove meses de pesquisas, os alunos realizaram o primeiro voo do aeromodelo na competição do SAE Brasil AeroDesign. 

 
Eva fala em padrões quanto à disparidade entre os gêneros

Participação destacada na área de mineração

Projetar, construir, analisar, operar e fazer a manutenção, gestão e nutrição de máquinas e sistemas mecânicos. Estas são as principais atribuições de um engenheiro mecânico. Com uma área de atuação vasta, o profissional pode desenvolver motores, veículos e sistemas termodinâmicos, liderar equipes de manutenção, produção, controle de qualidade; até atuar na exploração de petróleo e na indústria automobilística. 

O curso de Engenharia Mecânica é oferecido pela Unifesspa desde 2014 e mantém um diálogo contínuo com a comunidade e a economia local, além de manter um dos conceitos mais altos do país, como explica o coordenador do curso, professor Elisandro Andrade. “Ao longo deste período temos desenvolvido atividades importantes, projetos de ensino, pesquisa e extensão, aproximando o curso da comunidade, estreitando laços com as empresas locais. Em 2018 passamos pela avaliação do MEC e ganhamos nota 4, em um conceito de 1 a 5. Conquistar esta pontuação em poucos anos de curso é uma vitória e nos coloca entre as melhores faculdades de Engenharia Mecânica do País”, destaca. 

Segundo Andrade, um dos diferenciais da faculdade de mecânica da Unifesspa é que ela é orientada para atender as demandas da região, especialmente na área de mineração, carro chefe da economia do sudeste do Pará. “Nosso curso tem um aspecto importante porque o próprio perfil do egresso é voltado para a região, desde a grade curricular até as atividades desenvolvidas. A participação do engenheiro mecânico na mineração é imprescindível, pois mineração se faz com pessoas e máquinas, e o engenheiro trata diretamente das máquinas, tanto na projeção, no desenvolvimento quanto na manutenção delas”, salienta.

Professor José Elisandro: “O perfil do egresso é voltado para a região desde a grade curricular”

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Jovem nascida em Marabá também contribui com formação de colegas por meio da Liga Acadêmica

Renata está no 4º ano de Engenharia de Produção na UEPA em Marabá e contribui na recém-criada Proliga

Nascida em Marabá, mas criada em São João do Araguaia, antes mesmo de sair da faculdade de Engenharia de Produção, na UEPA, Renata Sampaio Marques de Souza já sabe que linhas quer seguir depois da graduação: “Há duas áreas de logística que eu sou apaixonada. Uma delas é a área de transporte, que envolve as ferrovias, as malhas ferroviárias. Atualmente, uma das grandes perspectivas para o engenheiro de produção está neste segmento, porque depois da concessão dada pelo Ministério da Infraestrutura no início de 2019, as perspectivas são de que a malha ferroviária dobre nos próximos seis anos. Mas também gosto muito de supply chain, que mexe com a cadeia de suprimentos”, conta. 

Aluna do 4º ano, Renata é protagonista dentro do próprio curso, onde tornou-se uma liderança entre os colegas. Ela está à frente, junto com outros estudantes, da recém-criada Proliga (Liga Acadêmica de Engenharia de Produção), que conta com 18 membros efetivos, mas aberta para receber mais alunos. 

O objetivo, segundo ela, é aprofundar os estudos repassados em sala de aula, porque, muitas vezes, o tempo destinado para determinada disciplina é curto. “A Liga promove o senso crítico e também o raciocínio científico, agregando valor ao conhecimento do aluno, principalmente dos iniciantes”, conta ela.

A Proliga, segundo Renata, também vai focar na extensão, oferecendo trabalhos voluntários para a comunidade, mostrando o que faz o engenheiro de produção.

Quando terminar a graduação, Renata pretende especializar-se em outro Estado, mas depois retornar para a região sudeste do Pará, onde quer trabalhar. “Meu objetivo de vida é trabalhar aqui na região, porque não vejo sentido a gente ter uma universidade como essa, de grande porte, que forma mão de obra e depois a gente vai morar longe daqui, nas grandes cidades. Quero contribuir com meu trabalho aqui mesmo”, resume.

“Meu objetivo de vida é trabalhar aqui na região, porque não vejo sentido termos uma universidade como essa, de grande porte, e depois a gente vai morar longe daqui, nas grandes cidades. Quero contribuir com meu trabalho aqui mesmo”.
Renata Sampaio,
acadêmica de Engenharia de Produção

Uma engenharia focada na Produção

O Campus da Universidade do Estado do Pará (UEPA) em Marabá oferece o curso de Engenharia de Produção, que se dedica ao estudo, projeto e gerência de sistemas integrados de pessoas, materiais, equipamentos e ambientes. Relativamente novo no mercado regional, esse curso busca a melhoria da produtividade do trabalho, da qualidade do produto e da saúde das pessoas. 

A profissão caracteriza-se por ser uma engenharia de métodos e de procedimentos, o que permite abranger diferentes ramos: de telecomunicações à agricultura, da administração à construção civil, do comércio aos serviços e também na mineração, que cresce bastante na região. 

O curso de Engenharia de Produção da UEPA é desenvolvido a partir de nove grandes áreas: Engenharia do Produto, Projeto de Fábrica, Processos Produtivos, Gerência da Produção, Qualidade, Pesquisa Operacional, Engenharia do Trabalho, Estratégia e Organizações e Gestão Econômica. A carga horária chega a 3.840 horas com duração mínima de 5 anos e máxima de 9 anos.

Nathália Juncar Monteiro, professora de Engenharia de Produção, graduou-se em 2015 e em seguida cursou mestrado na PUC do Rio de Janeiro, em logística e transporte. Dois anos depois, começou a ser professora da UEPA.

Ela conta que teve uma grande experiência ainda como aluna, por meio de um edital da Vale. Com apoio de um professor e orientador teve aprovado projeto que provisionou recursos para realizar simulação computacional da mina de minério de ferro de Carajás. “A gente conseguiu visualizar com software de computador como que funcionaria determinada mina, identificar as perdas, a gente analisar a produção, o transporte. No final, geramos alguns resultados que foram apresentados para a empresa para melhorar o processo produtivo”, conta. 

Ela defende a existência do engenheiro de produção em empresas para lidar com gerenciamento de processos. “A gente lida justamente para evitar as perdas, ou então para minimizar, ou maximizar a utilização dos recursos existentes”.

A professora Nathália Monteiro observa que a UEPA procura manter a mesma estrutura no interior que dispõe na capital, Belém, com laboratórios e o mesmo acervo bibliográfico. “O quadro docente é qualificado. A diferença principal é o sistema de ensino, que em Belém a gente tem o regular e aqui atuamos com o modular, mas sem perdas para o aluno porque ele consegue ver no semestre o mesmo conteúdo que um aluno na capital”.

Nathália analisa que, lamentavelmente, algumas empresas ainda não têm conhecimento do papel de atuação do engenheiro de produção. Por isso, às vezes, segundo ela, acabam não contratando um profissional essencial para o negócio. 

“O curso conta com algumas disciplinas de empreendedorismo e observamos uma forte formação e vocação dos alunos para abrirem seus próprios negócios, o que é bem interessante”. 

Engenharia de Produção da UEPA em Marabá busca a melhoria da produtividade do trabalho

Engenharia de Produção em números:

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Embora seja um curso novo na Unifesspa, já alcançou a nota máxima em avaliação do Ministério da Educação

Entre premiações por trabalho de destaque na faculdade, Nathália celebra o estágio em empresa de celulose

“Entrar na faculdade foi um marco na minha vida, porque ela abriu portas para o mundo. As oportunidades me fizeram crescer como pessoa e profissional”, resume a estudante do 10º semestre de Engenharia Química, Nathália Rodrigues. 

Na temporada em que passou na universidade, ela não só se viu modificada, como modificou o espaço acadêmico: além de trazer premiações para a faculdade e participar de mobilidade acadêmica, a jovem foi a fundadora do Centro Acadêmico e da Empresa Júnior de Engenharia Química. “Eu entrei na faculdade com o objetivo de sair a melhor profissional que eu pudesse ser. Todas essas atividades eu utilizei para, além de obter conhecimento e experiência, apresentar artigos em congressos, e, consequentemente, obter mais conhecimento e uma coisa fundamental que é o networking”, conta.

Entre as mais recentes premiações, Nathalia participou do 4º HackaSiemens, um hackathon organizado pela Siemens voltado à indústria de óleo e gás, buscando soluções inovadoras envolvendo  a Indústria 4.0, o qual o grupo dela venceu em 1º lugar, recebendo um prêmio de R$ 5 mil. Atualmente, a estudante é estagiária na área de Meio Ambiente Industrial na Suzano S/A, uma multinacional de papel e celulose. 

Ela é a primeira aluna da faculdade de Engenharia Química da Unifesspa a estagiar na Suzano. “Hoje estou no final do meu estágio, participando e desenvolvendo, respectivamente, dois projetos: Green Belt de Redução de Água Industrial na Produção de Celulose e Portal Integrado de Meio Ambiente, para visualização e melhor gestão de indicadores ambientais e gestão da área”, conta.

Perguntada sobre qual conselho dar a um aluno que está entrando na faculdade, Nathalia é categórica: “Aproveite e agarre todas as oportunidades. Tudo isso vai ser o diferencial para quem busca ser um bom profissional. Existe muita oportunidade no mercado de trabalho, mas você tem de estar preparado para ele e tudo isso começa desde a base”, alerta.

Enquanto Nathalia conclui a passagem dela pelo curso, Hellen Ferreira, recém-formada, segue a carreira dentro da área. A nova engenheira química faz parte da primeira turma a concluir o curso, no início de 2019. De acordo com a aluna egressa, a estrutura oferecida pela faculdade e a participação ativa dos professores na trajetória dos alunos foi essencial para o desenvolvimento acadêmico e profissional. “A faculdade em si me ajudou muito. O curso de Engenharia Química é nota 5 no MEC e tem uma estrutura muito boa em relação aos professores, que são ótimos orientadores, educadores, ajudando em todos os processos. A faculdade, na figura dos professores, foi essencial para eu conquistar a carreira que tenho hoje”, declara. 

Assim como Nathalia, Hellen aproveitou todos os momentos da faculdade para aprofundar os conhecimentos. “Durante todo o tempo em que eu estive na Unifesspa consegui bolsas de iniciação científica, publicar artigos, participar de congressos, estudar inglês, Excel avançado e tudo isso foi um diferencial para mim”, garante. 

Atualmente a nova engenheira química trabalha em uma fábrica na cidade de Araguaína. “Saí da faculdade já empregada, em uma indústria de gelatina e colágeno hidrolisado. Eu entrei nessa empresa como estagiária entre o oitavo e nono semestre. Logo depois do estágio comecei a trabalhar como trainee e hoje sou engenheira responsável por um setor inteiro”, comemora.  

Na mineração, foco é no beneficiamento

Trabalhar com processos industriais que necessitam de transformações físico-químicas. Criar técnicas de extração e obtenção de matérias-primas, transformando-as em produtos químicos e petroquímicos. Estas são algumas das funções do engenheiro químico. O curso é oferecido pela Unifesspa desde 2014 e formou a primeira turma no início de 2019. 

Segundo o coordenador da faculdade, professor Daniel Saturnino, a Engenharia Química oferece um leque de oportunidades de atuação para o aluno. “Esta engenharia trabalha com vários segmentos do conhecimento. Desde áreas consagradas na região como a mineração, alimentos, celulose, tratamento de água, esgotos, desenvolvimento de tecnologias na área de extrativismo vegetal ou animal, entre outros”, afirma. 

 No tocante à mineração, Daniel Saturnino explica que o engenheiro químico atua basicamente em duas áreas: “Nós trabalhamos diretamente com o beneficiamento do minério, tornando-o acessível para o processamento. É o engenheiro químico que pega este material, remove as impurezas e coloca ele dentro do que o controle de qualidade exige para ser comercializado pela indústria. Além disso, temos participação destacada no tratamento de efluentes e rejeitos, processando estes resíduos de forma a reduzir o impacto ambiental”, explica.    

Ainda de acordo com o coordenador, o profissional da área de Engenharia Química é requisitado no mercado, atendendo diversos tipos de indústrias. “Há ainda uma carência de profissionais desta área, principalmente aqui na região, então há uma boa aceitação no mercado. O egresso que pretende trabalhar na indústria vai para o mercado de trabalho pronto para atender às diversas dinâmicas industriais”, resume. 

Estudantes de Engenharia Química utilizam os modernos laboratórios da Unifesspa

Engenharia Química em números:

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FUNDAÇÃO
0
DURAÇÃO
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TURMAS EM ANDAMENTO
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TURMAS FORMADAS
R$ 0 .500
SALÁRIO INICIAL

Aluna com paralisia cerebral é exemplo de superação e dedicação dela aos estudos surpreende os professores

O sonho de Jenifer de chegar à faculdade se concretizou. Outros desafios ainda serão superados.

Inclusão. Esta é uma das bandeiras levantadas pela Unifesspa, que perpassa por todos os cursos. Em Sistemas de Informação, no Campus 2, essa palavra está bem presente. A faculdade recebe alguns alunos especiais, entre os quais Jenifer Viana, que está no segundo semestre do curso. Diariamente ela se desloca em sua cadeira de rodas do Núcleo Cidade Nova ao Campus II da universidade, recebendo apoio de amigos e familiares para dar continuidade aos estudos e da própria Unifesspa. 

“Eu sempre quis fazer faculdade e estou aqui para, no futuro, poder ajudar a minha mãe e a minha avó. Estou gostando muito do curso”, conta a estudante.

Jenifer foi a primeira aluna portadora de paralisia cerebral a entrar na Unifesspa e traz consigo uma história de superação. Embora a paralisia afete a fala e a coordenação motora da estudante, em nenhum momento isso é um empecilho para que ela siga na caminhada acadêmica. Inclusive, Jenifer é uma das alunas com melhor desempenho em sala de aula e consegue acompanhar todas as atividades e interagir com os professores e colegas de sala por meio do apoio pedagógico oferecido pela universidade, por meio do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAIA). “Eu consigo assistir as aulas e faço as provas com um tempo e material diferenciado. Me sinto integrada e vejo que não tenho motivos para desanimar ou desistir”, conta ela.

Ainda de acordo com a estudante, os sonhos não se resumem só a concluir a faculdade. Ela quer também ter a chance de ser incluída no mercado de trabalho e atuar com desenvoltura. “Quero trabalhar na minha área de estudo e poder ajudar minha família. Vou ficar muito feliz quando conseguir dar mais este passo”, conclui.

Sistemas de Informação com três laboratórios

Administrar o fluxo de informações que circulam nas redes de computadores de uma organização, desenvolver processamento, sistemas de armazenamento e recuperação de dados, além da criação e instalação de programas e gerenciamento de banco de dados. Estas são algumas das atividades desenvolvidas pelos bacharéis em Sistemas de Informação. O curso foi fundado em 2003, pela UFPA, e atualmente é administrado pela Unifesspa. 

A faculdade tem como carro chefe os laboratórios de informática de primeira geração, como explica a coordenadora do curso, professora Dra. Zenaide Carvalho da Silva. “Hoje a gente conta com três laboratórios de informática muito bem equipados, além de biblioteca com volumes atualizados, acesso a periódicos e um corpo docente formado prioritariamente por doutores. Ao longo destes anos, construímos uma estrutura sólida”, destaca.

Segundo Zenaide, Sistemas de Informação é uma área que sempre demanda de profissionais para atender empresas de quase todos os setores, seja de caráter público ou privado. Esta mobilidade e oferta de trabalho são atrativos para os futuros profissionais da área. “Temos um mercado aquecido. Na área de tecnologia sempre estão precisando de mão de obra. E estamos muito felizes de ver aqui na região, profissionais formados pela universidade com destaque em várias empresas. Os empregadores estão contratando menos profissionais de fora e investindo nos da região”, aponta.        

Ainda de acordo com a coordenadora, a faculdade direciona os alunos a assumirem no cotidiano profissional a versatilidade exigida para quem trabalha nesta área. “Nosso profissional sai da universidade pronto para trabalhar com as novas tecnologias do mercado em diferentes nichos, atendendo desde pequenas empresas até multinacionais”, afirma.

E para quem pensa que Sistema de Informação se resume a trabalhar com computadores, a coordenadora é enfática: é preciso gostar também de administração, pois ela é um dos pilares do ofício. “Algumas pessoas sabem que o curso tem relação com a área de exatas e tecnologia. Mas para ser um profissional completo é preciso ter uma base forte em administração, para ter habilidades e competências suficientes para resolver os desafios coorporativos que serão apresentados dentro do mercado”, explica.    

Prof. Zenaide afirma que os empregadores estão contratando mais profissionais da região


O amor também floresce entre os computadores

Warlei Murici Valente Júnior e Aline Santana Oliveira Valente são casados e têm uma relação muito forte com o curso de Sistemas de Informação. Embora tenham se conhecido antes da Unifesspa, ela acabou decidindo cursar Sistemas de Informação por causa do namorado, que já era professor na faculdade.

E durante o curso, Aline era uma das alunas mais cobradas e a relação evoluiu para o casamento. Depois, os dois foram morar em Recife-PE, onde ele cursou doutorado e ela mestrado na área. “Ele (Warley Jr.) foi uma influência pra eu entrar no curso em 2009. Eu o acompanhei no mestrado, em Belém e, depois de casados, fomos para Recife, que chamamos de ‘Vale do Silício do Brasil’ em relação à informática. Eu aprendi muito e criei um amor muito grande pelo meu curso. Quando retornamos a Marabá, passei a dar aula na Unifesspa”, conta ela.

Questionada se a relação pessoal, em casa, também é marcada por temas do trabalho, Aline sorri, e confessa que os assuntos da Unifesspa sempre fazem parte do dia a dia deles, mesmo em casa. “A gente até tenta evitar um pouco, mas como a área é a mesma, e às vezes as mesmas turmas, então fica um pouco difícil não comentar sobre alguma coisa do trabalho, alguma disciplina, tirar alguma dúvida. Ele me ajuda muito com relação a vários assuntos”.

Warlei Júnior é egresso do Campus 2 da Unifesspa, fez mestrado na área de engenharia elétrica, com ênfase em computação aplicada e depois doutorado em ciências da computação. Eu estava terminando o Ensino Médio e almeja um curso na área de computação, informática que pudesse atender o mercado local. Eu via muita carência e os dilemas que as empresas enfrentavam e que esse curso poderia me agregar conhecimento, crescimento intelectual, profissional e poder colaborar, claro, para o crescimento da cidade em relação a esse campo de atuação.

Depois de concluído o curso, Warley percebeu que havia se identificado com a docência e resolveu investir nessa área e está orgulhoso, como filho de Marabá, em poder contribuir com a formação de centenas de jovens da região.

Sobre a relação com a amada, diz que foi o orientador do TCC dela e está feliz em compartilharem do mesmo curso. Nós temos cinco anos de casados e estamos felizes em casa e no trabalho”, diz.

Warley e Aline têm três fatos que os unem: são naturais de Marabá, congregam na mesma igreja e atuam como professores na Unifesspa

Engenharia Química em números:

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FUNDAÇÃO
0
DURAÇÃO MÍNIMA
0
TURMAS EM ANDAMENTO
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TURMAS FORMADAS
R$ 0 .500
SALÁRIO INICIAL

Campus II da Unifesspa tem foco em cursos de tecnologia por meio do Instituto de Geociências e Engenharias

Personalidade respeitada no cenário regional, o reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Maurílio de Abreu Monteiro, diz que a instituição está sempre atenta para as demandas crescentes do mercado desta região e prova disso são os cursos da área de engenharia, que foram instituídos depois de criada a Unifesspa.

“Precisamos ter a capacidade de interagir permanentemente com as dinâmicas regionais, com a produção, e com as diversidades que tornam o sul e sudeste do Pará maravilhosos”, destaca o reitor. 

Ele explica que a cada quatro ou cinco anos a Unifesspa organiza seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), e o que está em vigor, a partir de 2020, foi organizado para indicar os caminhos que a universidade pretende trilhar até 2024. 

“É lá que nós estamos discutindo quais são as principais diretrizes, as principais obras, novos cursos que pretendemos criar. Já há uma versão do PDI que está sendo debatida e esperamos que até fevereiro tenha sido votada e aprovada. Esse é o documento que orienta as nossas buscas, as reivindicações, por onde a universidade deve avançar. É importante que essa perspectiva seja sempre articulada com os interesses gerais da sociedade”, reconhece.

No caso específico dos cursos da área de engenharia, Maurílio Monteiro ressalta que a Unifesspa busca atrair para dentro da academia estudantes que têm vontade de se tornar profissionais capazes de produzir tecnologia regionalmente. 

Na visão do reitor, as grandes empresas costumam trazer pacotes tecnológicos fechados que apresentam dificuldades de interagir com a diversidade regional. Para modificar esse quadro, é necessário haver profissionais capazes de entender essas tecnologias, dialogar com elas e adaptá-las à realidade local. “Mais do que isso, formar profissionais em outras áreas, como antropologia, sociologia, para entender por que há esse estranhamento, essas diferenças de visões em relação àquele que tem uma forma de pensar o mundo, ou os que têm outra forma de pensar a produção”.

Maurílio Monteiro defende que é preciso que a Unifesspa continue avançando na produção de conhecimento, que seja capaz de produzir regionalmente tecnologias que dialoguem com a forma industrial de produção. “Precisamos pensar o sudeste do Pará com sua geodiversidade, biodiversidade e diversidade cultural, não como problema, mas como uma grande solução que deve ser mantida, ampliada, não combatida como algo negativo”, salienta.

Segundo o reitor, atualmente a Unifesspa congrega 5.400 estudantes oriundos de 42 municípios diferentes, que estão distribuídos em cinco campi, 42 cursos de graduação e 12 de mestrado. “Enquanto universidade, a gente não vai ter justificativa nem acadêmica, nem social, se não tivermos uma profunda interação com a sociedade em todos seus aspectos: produtivos e culturais. Temos certeza que o nosso futuro está atrelado ao futuro desta região”.

Reitor-Maurílio-Monteiro-correiodoc

Reitor da Unifesspa, Maurílio Monteiro diz que universidade busca formar profissionais capazes de produzir tecnologia regionalmente 

“Temos certeza que o futuro da Unifesspa está atrelado ao futuro desta região”
Maurílio Monteiro,
Reitor da Unifesspa

Unifesspa em números:

0
FUNDAÇÃO
0
CAMPI
.400
ALUNOS MATRICULADOS
0
CURSOS DE GRADUAÇÃO
0
CURSOS DE MESTRADO

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PUBLICAÇÃO:
20 de maio de 2020

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