A era dos condomínios muda a cara de Marabá

Passadas as fases de invasões urbanas e implantação de loteamentos, os condomínios são a bola da vez na cidade que não para de crescer

Com um crescimento habitacional acelerado, Marabá faz crescer os condomínios verticais em áreas mais centralizadas e os horizontais nas periféricas, ou melhor, nas extremidades. Estaria a cidade, pronta para os próximos 20 anos?

De 2011 para cá, quando acelerou em nossa cidade um novo conceito de condomínios, os horizontais, Marabá viu surgir 15 empreendimentos verticais e pelo menos 10 horizontais. Neste aniversário de 109 anos de história, o município se espraia para os quatro lados, e há condomínios em todos eles.

A Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS consultou o Plano Diretor Participativo e recebeu um relatório que aponta a existência de 18 condomínios fechados na cidade, mas os dados não levam em conta os empreendimentos deste segmento antes de 2013.

A equipe do Portal percorreu os quatro núcleos da cidade e identificou 51 empreendimentos no total. Para quem não sabe, o primeiro condomínio fechado em Marabá foi o antigo GETAT (Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins), estabelecido em 1970 pelo governo federal para ordenar a distribuição de terras nesta região após a descoberta de minério em Carajás em 1967.

Assim, foram construídas diversas residências na atual Agrópolis do Incra, com infraestrutura de lazer, cerca para impedir entrada de não-moradores e uma guarita, que ficava situada entre o atual prédio da Câmara Municipal e o Hemocentro Regional. Anos depois, guarita e cerca desapareceram e as casas foram doadas para os servidores do Incra.

O segundo condomínio fechado veio logo em seguida, com a construção da Vila Militar Castelo Branco, para abrigar militares do recém-construído 52º Batalhão de Infantaria de Selva, que surgiu em função da Guerrilha do Araguaia. Mais recentemente, na década de 1990, outras duas vilas militares foram formadas, também com formato de condomínio horizontal fechado.

Mas depois veio, também, o Antônio Elio Ferreira, condomínio de 12 casas, construído num conceito revolucionário para a época, ao lado do Hospital da Guarnição de Marabá, na VP-8. Nos anos seguintes vários prédios de quatro andares foram erguidos na Nova Marabá e Cidade Nova.

A partir de 2010, com anúncio do mega projeto Alpa, da Vale, vários empresários do segmento começaram a investir em Marabá e o número de condomínios se multiplicou, potencializando ainda mais o mercado imobiliário local. O número de empresas do setor disparou.

Nessa esteira, alguns prédios residenciais com mais de 8 andares começaram a surgir, mas a quantidade neste nicho ainda é considerada pequena por especialista.

O que temos visto em Marabá nos últimos anos são condomínios fechados ocupando extensas áreas urbanas, destinando-as à moradia de população de classe média alta ou alta, mas poucos para classes sociais menos abastadas.

Os condomínios são escolhidos, principalmente, por quem busca segurança, lazer e infraestrutura urbana, nesta ordem.

As tendências atuais da urbanização em Marabá, embora não sejam alvo de consenso, indicam uma inversão de algumas características anteriormente presentes ou a diminuição da intensidade de outros aspectos, como as invasões.

Ela espelha bem as mudanças econômicas, culturais, sociais e estruturais pelas quais a sociedade vem passando, dando à cidade novas formas e novas composições em seus espaços geográficos após mais de um século de existência.

A seguir, acompanhe entrevistas realizadas nas últimas semanas com empresários do ramo de condomínios, síndicos e moradores.

O pioneirismo do Mirante do Vale

Com um crescimento habitacional acelerado, Marabá faz crescer os condomínios verticais em áreas mais centralizadas e os horizontais nas periféricas, ou melhor, nas extremidades. Estaria a cidade, pronta para os próximos 20 anos?

De 2011 para cá, quando acelerou em nossa cidade um novo conceito de condomínios, os horizontais, Marabá viu surgir 15 empreendimentos verticais e pelo menos 10 horizontais. Neste aniversário de 109 anos de história, o município se espraia para os quatro lados, e há condomínios em todos eles.

A Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS consultou o Plano Diretor Participativo e recebeu um relatório que aponta a existência de 18 condomínios fechados na cidade, mas os dados não levam em conta os empreendimentos deste segmento antes de 2013.

A equipe do Portal percorreu os quatro núcleos da cidade e identificou 51 empreendimentos no total. Para quem não sabe, o primeiro condomínio fechado em Marabá foi o antigo GETAT (Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins), estabelecido em 1970 pelo governo federal para ordenar a distribuição de terras nesta região após a descoberta de minério em Carajás em 1967.

Assim, foram construídas diversas residências na atual Agrópolis do Incra, com infraestrutura de lazer, cerca para impedir entrada de não-moradores e uma guarita, que ficava situada entre o atual prédio da Câmara Municipal e o Hemocentro Regional. Anos depois, guarita e cerca desapareceram e as casas foram doadas para os servidores do Incra.


Assim que concluiu o condomínio em Palmas e fez a entrega de loteamento em algumas cidades do Estado vizinho, o Grupo Mirante veio para Marabá. “Não vim com pensamento de que iria dar errado”.
E deu certo. Pelo menos é o que mostram os números. Gilson Alves começou com o Mirante do Vale e logo expandiu para o Mirante Village, que fica bem ao lado do pioneiro, com 146 casas prontas e entregues, sendo este o menor condomínio do grupo.

Com a expansão do Núcleo São Félix, o grupo apostou em dois condomínios do “lado de lá da ponte” e inaugurou o Mirante Ville e o Mirante Prime. No Núcleo Cidade Nova, os mais recentes são o Mirante Riviera e o Mirante River Beach, este último lançado há pouco tempo para alcançar uma classe mais alta da cidade.

Com seis empreendimentos já lançados, Gilson revela que existem projetos para condomínios verticais na região, inclusive projetos prontos. Contudo, isso só vai acontecer mais pra frente. “O condomínio vertical tem que oferecer coisas diferentes do normal”, fala com o olhar empreendedor.

Para ele, um dos grandes diferenciais dos empreendimentos da Mirante é a segurança, aliada com o lazer e bem-estar, que são proporcionados aos moradores. “Esse tipo de condomínio veio pra ficar. É uma escolha de quem quer oferecer melhor qualidade de vida”.
Cercada por rodovias, Marabá tem praticamente quatro saídas, e chegadas. Com a Rodovia Transamazônica cortando a cidade de uma ponta a outra, ela tem ligação para o sentido São João do Araguaia e Itupiranga. Já com a Rodovia BR-155, Marabá tem ligação com as cidades de Nova Ipixuna e Abel Figueiredo, e Parauapebas.

Questionado sobre os motivos de investir mais no Núcleo Cidade Nova, Gilson é categórico: “eu escolhi a Cidade Nova como ponto de moradia. Não que os outros bairros não sejam bons, mas a ideia da Mirante Empreendimentos foi trazer grande parte dos projetos para esse lado em função das áreas estratégicas que encontramos e pela proximidade com supermercados, aeroporto etc”.

 

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Com uma média de 180 funcionários trabalhando diretamente na empresa Mirante Empreendimentos, que contempla os seis condomínios, o empresário adianta que existe um projeto para executar um condomínio voltado para a classe C. “Inclusive já está aprovado nos órgãos públicos e registrado em cartório. Será o Mirante Boulevard, que é parecido com as características do Mirante Village, só que com casas menores. O condomínio terá quadras de esportes, piscinas, playground. Serão em torno de 170 casas construídas em um local próximo à região do aeroporto”, revela.

Gilson expandiu os negócios e, atualmente, possui empreendimentos em Parauapebas, Novo Repartimento e Eldorado do Carajás. Mas engana-se quem pensa que a intenção do empresário é deixar Marabá. “Eu vim pra ficar. A Mirante conseguiu manter o nome na cidade.

Temos projetos para os próximos 20 anos. Inclusive já até transferi a sede da Mirante Empreendimentos de Palmas para Marabá”, finaliza.

MIRANTE DO VALE EM NÚMEROS

0 mil
área total do condomínio em m²
0 mil
de áreas verdes e lagos em m²
0
lotes no empreendimento
0
obras em andamento no momento

Os corretores imobiliários são os principais aliados das incorporadoras (empresas que constroem condomínios), pois têm uma capilaridade maior para alcançar os clientes em potencial para o segmento.

Segundo Pedro Chaves, proprietário da Invest Imobiliária, que atua neste segmento há 18 anos, em Marabá, a cidade conta, atualmente, com cerca de 200 corretores, o que ele considera um retrato de como o segmento imobiliário foi impulsionado, alavancado pelo crescimento da cidade e de sua economia.

Ele também comemora a boa fase deste segmento em Marabá, com vários empreendimentos diferentes, localizados nos quatro cantos da cidade. Através de sua caminhada, Pedro consegue fazer uma reflexão clara e importante mediante à crescente produção de conjuntos habitacionais em Marabá: “Há cerca de 10 anos havia uma demanda reprimida, e hoje os condomínios seguem continuadamente sendo implantados, o que contribui para a economia, uma vez que gera empregos, renda e impostos. Tudo isso é de extrema importância para nossa cidade. Antigamente, esse modelo de empreendimento era rejeitado, pois não havia o conhecimento de que o condomínio é um local mais seguro para se viver”, pondera.

Como um dos pioneiros na profissão em Marabá, Pedro agradece a todos os colegas por, cada vez mais, agregarem conhecimento e valorizarem a qualificação profissional. “Cada um constitui o todo e a qualificação é de extrema necessidade, para que não haja problemas futuros com relação ao imóvel adquirido por um cliente, para que haja plena segurança de registro, jurisdição e transferência, seja em um condomínio fechado vertical ou horizontal”.

 

Apesar de Marabá já contar com mais de 50 condomínios fechados – entre horizontais e verticais – Pedro avalia que ainda há muito para crescer nos próximos anos, ressaltando que o segmento precisa ser mais valorizado e organizado, começando pela diminuição do principal instrumento de política monetária utilizado para controlar a inflação diminuição da taxa básica de juros da economia, que é a taxa Selic.

O jovem Vábulo Januário Pereira Azevedo, corretor imobiliário há 14 anos – sempre atuando em Marabá, está entusiasmado com a quantidade de condomínios fechados que há na cidade e com os projetos de construção de novos empreendimentos deste segmento para os próximos anos.

Ele é proprietário da Kasa Imóveis e há seis passou a investir, também, na construção de residências, sendo a maioria dentro de condomínios fechados. Vábulo lembra que o primeiro grande condomínio construído e habitado em Marabá, nos últimos 15 anos, foi o Totalville, na BR-230, com financiamento pelo projeto Minha Cas Minha Vida, do governo federal, e a primeira etapa foi entregue no ano de 2013. 

“Desde então, as construções condominiais deslancharam, tendo seu ápice em 2020. Alguns conjuntos habitacionais já existiam, mas as obras das casas se deram a partir desse momento, quando houve um volume enorme do deslocamento dos donos desses lotes, vindo dos bairros, para ocupá-los”, explica.

Para Vábulo, a expansão dos condomínios fechados em Marabá ocorreu porque eles oferecem não somente segurança às famílias, mas também uma área integrada de lazer que atende a todas as idades dos que ali vivem: “Os pais têm tranquilidade ao saírem para trabalhar e deixarem os filhos em casa, sabendo que não correm os mesmos riscos que correriam se residissem fora de uma estrutura que não possui o controle de quem entra e sai”, afirma o corretor

 

 

 

 

 

Ele acrescenta que o público atendido não se limita somente aos cidadãos da zona urbana, como também os de zona rural, uma vez que é notória a busca de fazendeiros que desejam um local mais acessível para seus filhos habitarem, diante maior acesso às universidades, levando em consideração que essas se localizam no centro da cidade.


Embora a covid-19 tenha impactado atividades econômicas como os variados tipos de transportes, serviços de alojamento e de alimentação, o corretor afirma que o ramo condômino não foi um deles em Marabá, pois demonstrou um elevado número de migrações familiares, durante esse momento, dos núcleos para os conjuntos habitacionais. O motivo, segundo Vábulo, foi a necessidade, em meio ao isolamento social obrigatório, de moradias de maior qualidade, agregando espaçamento e conforto.

Pioneiro de uma ideia inovadora nesse segmento de condomínios na região, Vábulo tem investido em copropriedades de lofts – conceito habitacional estadunidense lançado nos anos 50 e que faz sucesso entre os mais jovens, atualmente no Brasil. As moradias são ambientes de até 50m², integrados sem paredes para dividi-los, com a exceção ao banheiro: “O loft é o open floor pleno do brasileiro, que abrange o conceito de uma moradia menor, entretanto mais aberta e com a possibilidade de um 2º andar”, explica ele.

Nos últimos quatro anos operando em construções imobiliárias, Vábulo percebeu que o mercado carecia de atender a um público específico de Marabá, constituído em sua totalidade por estudantes e solteiros. Grupo esse que também busca segurança, somada a espaço de entretenimento, ocupando uma área menor, sem custos altos com o imóvel, funcionários e manutenção. “É de praxe que muitos confundam o conceito de loft com as conhecidas kitnets, mas uma se difere na outra quando o assunto é o acabamento”.

Denominado de Gran Kasa Way, o imóvel terá 96 unidades, sendo 14 delas vendidas no ato de lançamento. A estrutura do condomínio é constituída por piscinas para adultos e crianças, com área de churrasqueira e quadra de tênis.

Vábulo acredita que o mercado de imóveis ainda tem muito para crescer: “Devido ao tamanho da cidade, ela ainda tem muito espaço para ocupar horizontalmente. Há muitos terrenos em volta dela para oferecer a infraestrutura que não está disponível nos bairros já existentes, e que é cada vez mais procurada pelas pessoas que aqui residem” finaliza.

 

 

Denominado de Gran Kasa Way, o imóvel terá 96 unidades, sendo 14 delas vendidas no ato de lançamento. A estrutura do condomínio é constituída por piscinas para adultos e crianças, com área de churrasqueira e quadra de tênis.

Vábulo acredita que o mercado de imóveis ainda tem muito para crescer: “Devido ao tamanho da cidade, ela ainda tem muito espaço para ocupar horizontalmente. Há muitos terrenos em volta dela para oferecer a infraestrutura que não está disponível nos bairros já existentes, e que é cada vez mais procurada pelas pessoas que aqui residem” finaliza.

Oriundo de Brejo Grande do Araguaia, Victor de Moura Pereira, aos 25 anos, faz parte de um grupo seleto de jovens que têm investido desde cedo em uma moradia melhor e mais protegida. Através do sucesso do “Futebol 24 horas” – seu canal no Youtube, com 3,3 milhões de inscritos – ele comprou dois terrenos no Mirante Riviera e desde setembro do ano passado está construindo uma casa no empreendimento, localizado após o Aeroporto de Marabá.

“A decisão de morar em um condomínio fechado, quando há a oportunidade e o capital, é a melhor possível, levando em conta a segurança, as áreas de lazer com piscinas, quadras de futebol, basquete e até tênis”, pontua ele.

O jovem se mudou para o município com 10 anos de idade e, apesar de ter encontrado nos bairros existentes em Marabá uma estrutura urbana melhor do que da cidade de onde veio, ainda era uma realidade a falta de saneamento básico, com bueiros entupidos, alagamentos, asfalto precário e a falta de segurança pública. “Moro no São Miguel da Conquista e tenho orgulho disto, mas falta muita coisa a ser oferecida pelo poder público”, justifica.

Victor ressalta que embora ainda não tenha terminado a obra, só o fato de ter tomado adquirido dois terrenos no Mirante Riviera já tem acesso à estrutura de lazer oferecida pelo condomínio, e prevê que deverá economizar com academia, já existente onde vai morar.

Diferente de uma parte de moradores que contratam um corretor e todos os serviços oferecidos por este, Vitor contratou um mestre de obra para coordenar a construção e foi atrás dos materiais por conta própria. Alega que envolver uma empresa para construir sua casa passaria do seu orçamento para poder ter o conforto que tanto sonha. “Apenas meti a cara”, declara o jovem.

 

Vitor: “A decisão de morar em um condomínio fechado foi tomada pensando na segurança e nas áreas de lazer”

Noêmia: “A decisão de morar em um condomínio fechado foi tomada pensando na segurança e nas áreas de lazer”

Quando criança, Noêmia Figueiredo Santis Nunes, advogada e corretora de imóveis, brincava livremente pelas ruas da Velha Marabá, bairro onde cresceu. Ao se tornar mãe, ela percebeu que suas filhas não teriam o mesmo privilégio. A segurança que sentia ao se divertir pelas vias da cidade ficou no passado.

O item segurança foi, inclusive, a motivação para que ela saísse de sua casa, na Folha 32, e fosse morar no condomínio Solar das Castanheiras, no Novo Horizonte, junto com o esposo e as duas filhas, de cinco e três anos. 

“Eu cresci em uma época em que podíamos brincar na rua, lá na Velha Marabá e elas (as filhas) não tinham essa oportunidade. Então, em 2008, eu vim para o Solar”, justifica.

Entre idas e vindas, a história de Noêmia com o Solar das Castanheiras passa de 12 anos e ele foi o primeiro condomínio fechado em que ela morou. Em 2008, o ano em que se mudou pela primeira vez para o local, sua escolha foi motivada pelo desejo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para as filhas, segurança e por ter uma localização privilegiada, no coração do núcleo Cidade Nova.

No condomínio, há a presença de outras crianças, com as quais as filhas podem se relacionar, conviver, brincar de forma saudável e segura. A proximidade com uma praça e diversos outros estabelecimentos, como igreja, padarias e a escola das meninas são fatores que facilitam a logística da rotina materna. “É um lugar seguro, arborizado, com um ambiente agradável e bem localizado”, elogia.

Depois de três anos, ela resolveu mudar de novo, dessa vez para uma casa, ainda no bairro Novo Horizonte. Na época, Noêmia estava grávida da terceira filha e a família percebeu a necessidade de ter mais espaço, então comprou uma casa no bairro. Mas após três anos, a adaptação não foi bem-sucedida.

Quando morava em casa, a advogada e corretora conta que se sentia insegura, principalmente por causa das filhas. Ela e o esposo precisavam sair para trabalhar e se sentiam tensos, preocupados, sensação que não acontece morando no condomínio. 

Mas antes de retornar ao Solar, e já com quatro crianças, a advogada escolheu outro condomínio para morar, o Portal da Orla, onde ficou por dois anos. Mas assim como aconteceu quando morou na casa, a família também não se adaptou. O espaço de lazer proporcionado pelo Portal da Orla era menor, comparado ao Solar. As crianças tinham menos tempo para ficar ao livre, devido ao sol e calor. 

A localização também pesou negativamente, por ficar em uma área mais isolada da cidade, na Avenida Transmangueira. O transporte público é escasso, escolas e outros estabelecimentos comerciais ficam mais distantes. O local não atendia as necessidades da família. A afinidade pelo Solar falou mais alto e a família se mudou para lá novamente. 

Para as filhas, lá é o lugar ideal. As amizades feitas no condomínio já fazem parte da rotina social das jovens moradoras. Elas chegam da escola, se encontram com os colegas e juntos vão curtir a área de lazer do Solar, com conforto e segurança. 

 

“Elas têm mais liberdade e autonomia, pelo fato de estarem dentro desse espaço. Sabem que estão seguras e podem transitar livremente”.

Apesar de todos os benefícios pontuados pela advogada, ela reflete que ao se viver em comunidade, conflitos são passíveis de acontecer. Problemas com vizinhos fazendo barulho fora de hora – a queixa mais comum em condomínios, principalmente de apartamentos; há a questão dos animais de estimação, que brigam com outros cujos tutores não recolhem suas fezes. A proximidade entre as casas, que tira um pouco da privacidade do morador.

 

Para lidar com os conflitos, Noêmia explica que contata a administradora do local, relata o ocorrido e as situações sempre são resolvidas amigavelmente. Nesse sentido, alega que nunca ocorreu com ela e também nunca soube de alguém, algo que a fizesse declinar de morar em condomínio. Inclusive, apesar das queixas apontadas pela moradora, ela defende que as vantagens ultrapassam as desvantagens.

 

Além disso, Noêmia conta a experiência de um amigo que desejava morar em uma casa, mas tinha resistência a viver em um condomínio, receoso de perder sua privacidade. Ele, então, encontrou um condomínio horizontal e se surpreendeu positivamente com a experiência. Percebeu que sua privacidade não foi prejudicada, além de se sentir seguro na nova morada.

 

Quando a questão financeira entra em pauta, Noêmia (que também é corretora de imóveis) acredita que atualmente as pessoas estão levando muito mais em consideração o quesito segurança, do que a escolha pela moradia “mais em conta”. 

 

“A pessoa se dispõe a pagar um pouco mais caro pela segurança. Os pais saem para trabalhar e têm a sensação de confiança ao deixar os filhos em casa. Com isso, podem se dedicar mais ao trabalho, sem tanta preocupação”.

Noêmia, entre idas e vindas, decidiu permanecer no Solar pela excelente localização e segurança para as 4 filhas

Sobre a taxa condominial, que no caso do Solar das Castanheiras beira os R$1.000, ela acha que em relação aos benefícios ofertados, o valor pago compensa. O condomínio oferece piscina, área de lazer, academia, segurança 24h, administradora, funcionários que fazem a manutenção. Ela completa, dando o exemplo de que se fosse individualizar esses serviços, pagando em uma casa, o valor seria maior que esse. 

 

O crescimento do número de condomínios na cidade é visto por ela como uma tendência irreversível. Marabá sempre foi uma cidade polo, que cresce em uma velocidade maior do que outros municípios. “Essa tendência, na verdade, cresce não só em Marabá, mas no Brasil como um todo. Principalmente quando se leva em consideração a segurança proporcionada e a qualidade de vida”.

Empresária Cláudia Felipe faz gestão do seu condomínio como se fosse uma empresa

Há dois anos, Claudia Felipe está à frente da gestão do Condomínio Solar das Castanheiras, no Novo Horizonte. Ela conta que sempre gostou de morar em condomínios fechados, sendo o último foi em Goiânia, alguns anos atrás.

A síndica conta que em Marabá, o Solar das Castanheiras foi um dos pioneiros dessa categoria. Com cinco torres e um total de 80 apartamentos, há cerca de 13 anos o Solar faz parte da cidade. 

Cláudia revela os pormenores administrativos que permeiam o universo dos condomínios fechados. Primeiramente, é necessário um bom estatuto interno, que é debatido junto aos condôminos em reuniões periódicas. Este documento foi atualizado no início de sua gestão. 

 

Além disso, a equipe conta com uma administradora, um sistema de informática próprio para condomínios foi contratado para melhor atender as demandas, profissionais que atuam na manutenção predial, bem como um escritório de contabilidade e assessoria jurídica. 

A taxa condominial é calculada de acordo com os custos administrativos cobertos. Quanto mais serviços um condomínio oferecer aos moradores, mais valor é agregado à sua taxa, muitas vezes se tornando um pouco “salgada”.

 

Para Cláudia, um condomínio é semelhante a uma empresa privada, sendo regido pelas normas legais do Código Civil e que para ser bem administrado, precisa cumprir uma legislação existente. “Um condomínio é uma empresa, então eu não tenho nenhuma dificuldade em administrá-lo porque eu já sou administradora”, completa.

Dentre as vantagens de morar no Solar, Cláudia faz coro à Noêmia e ressalta a segurança do local – que possui vigilantes 24 horas, sendo que no período da noite ela é feita por profissionais armados. O condomínio também conta com uma administradora, que atua no horário comercial e é responsável por todas as demandas do local. 

Ela avalia que o Solar é um local tão bom para morar, que comparado ao condomínio em que residiu em Goiânia, ele está no mesmo patamar. O Solar abrange todos os requisitos necessários, com suas regras claras, bem executadas e seus benefícios já ressaltados.

 

Outra de suas funções é a de intermediar as relações entre os moradores que convivem naquele espaço, fazendo o respeito prevalecer. Para evitar conflitos durante reuniões com condôminos, ela resolve as divergências com respaldo do estatuto. Todas as decisões levadas para as assembleias são previamente definidas pelo conselho de moradores, que divide as responsabilidades com a síndica. Ao incluir os moradores nas decisões tomadas, todos se beneficiam. 

 

Embora o bom convívio seja comemorado, divergências entre moradores vez ou outra acontecem. Para lidar com elas, a administradora diz que o importante é ouvir o condômino, entender suas necessidades e resolvê-las em concordância com o estatuto condominial, para que um não se sinta menos favorecido do que o outro, havendo transparência entre ambas as partes. 

 

São detalhes que, segundo ela, fazem parte do relacionamento construído diariamente, garantindo aos seus moradores um local pacifico e de boa convivência. 

 

Morar em um condomínio é uma condição almejada por muitos. Atualmente, em Marabá, existem mais de 40, entre verticais e horizontais. A administradora associa o crescimento dos condomínios ao porte da cidade e ao desenvolvimento pelo qual ela passa. 

 

“Marabá é um lugar que abraça muitas pessoas, por ser muito promissora. Quando um executivo, por exemplo, vem de fora com sua família, ele vai procurar primeiramente um imóvel em condomínio para alugar ou comprar”. 

Alexandre Carlos Alexandre considera os custos baixos se colocar o peso da segurança e dos outros benefícios oferecidos

Obtendo a experiência de morar pela primeira vez em um condomínio, o marabaense Alexandre Carlos, 40 anos, antes de optar pelo Residencial Ipiranga, analisou e conheceu outros residenciais para poder tomar a decisão final. O bancário comenta que o local chamou sua atenção pelas dimensões e arborização.

Para ele, a escolha do referido condomínio foi resultado de uma soma de fatores, principalmente por se tratar de um lugar melhor para criar seus filhos. Os benefícios de se morar em um condomínio como o Ipiranga, vão além da segurança, como o controle de acesso de todos que entram; anotação das placas dos veículos e dos nomes das pessoas que entram e saem.

A estrutura da área de lazer, as ruas asfaltadas e saneamento básico também pesaram na hora da escolha. A satisfação é tamanha que Alexandre recomenda a moradia.

“Quem está cogitando a possibilidade de morar em um condomínio fechado eu indico. Se desse para todo mundo ter o acesso e a oportunidade de morar no Ipiranga, seria maravilhoso. Mas mesmo em condomínios menores, ainda é interessante diante dos benefícios oferecidos”, pontua Alexandre.

Questionado se morar em bairros é mais fácil de criar relações com os vizinhos do que em um condomínio, Alexandre afirma que é possível sim estreitar os laços. “Temos os grupos de vôlei, do futebol. Há reuniões em volta das piscinas nos dias de domingo. Então, é quase impossível não encontrar os outros moradores nesses espaços coletivos, e a gente acaba criando afinidade por algumas questões”.

Um dos principais pontos pautados sobre morar em um condomínio fechado é o custo. Alexandre considera baixo se colocar o peso da segurança e dos benefícios oferecidos. Contudo, ele reconhece que o valor ainda é inacessível para muita gente. “Todos os benefícios que são inclusos na taxa, paga mensalmente, vão para a manutenção dos serviços oferecidos. Sai mais barato do que eu imaginaria, se levar em consideração que a inclusão de câmeras, cerca elétrica, construção e conservação de uma piscina em uma casa de bairro, que sairia muito mais caro. Também não constariam quadras de tênis, futebol e nem a arborização oferecida”, enumera ele.

O morador relembra que quando morava em uma casa de bairro no município precisava pagar toda uma rede de segurança e lazer, como: serviço de monitoramento; clube; academia, e esportes para as filhas, por exemplo, comparando com o que possui atualmente morando no Ipiranga, onde tudo está incluso em uma taxa bem menor e a poucos metros de casa.

Alexandre faz parte da parcela de adeptos que está seguindo a tendência nacional de morar em um condomínio fechado, acreditando que esse mercado só tende a crescer nos próximos anos. “A gente quer chegar em casa e ter a tranquilidade de poder fazer uma caminhada sozinho, com o cachorro ou os filhos sem ter preocupação com trânsito e com a segurança. Além da facilidade de transitar até a academia e a piscina”, defende o condômino.

É visível para Alexandre o aumento da procura de pessoas pelos condomínios através de parentes e amigos que visitam o lugar e se encantam com a área e os benefícios inclusos.

Marcela Oliveira, 38 anos, é advogada por formação, mas atua como administradora da CEO Gestão Condominial, em Marabá. A empresa é responsável pela direção do Condomínio Ipiranga através da organização e logística de contratos da associação e do gerenciamento do empreendimento.

De acordo com ela, o Ipiranga possui 755 lotes e 150 imóveis já estão construídos, totalizando uma média de 400 moradores.
O Ipiranga exige mais de 10 contratos fixos mensais distribuídos em diversos setores como: conservação, limpeza, monitoramento,
tratamento de água, portaria, entrega de encomendas, vigilância, entre outros serviços. “Tudo isso precisa ser administrado de forma harmoniosa visando à satisfação dos moradores. Não é uma tarefa fácil, são muitos interesses a conciliar. Mas a gente busca atender da melhor forma possível o interesse de cada um em uma esfera coletiva”, afirma Marcela.

Os colaboradores do Ipiranga são todos terceirizados, e somam cerca de 30 pessoas, alocados dentro do condomínio. “O tamanho do espaço se torna uma provação, pois são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e na maioria das vezes são as pequenas coisas, que ninguém tem conhecimento, que acabam sendo um grande desafio para nós. Dependemos de prestadores de serviço e da mão de obra que se tornam uma deficiência para a gestão, porque apesar da conservação, dependemos de materiais e equipamentos de fora.

Então, nem tudo está ao nosso alcance” diz a administradora.
Marcela acredita que a área verde e a estrutura oferecida são os primeiros itens observados por quem deseja adquirir um imóvel no condomínio. “Estar em um contato mais profundo com a natureza ao caminhar pelo Ipiranga, participar das recreações na área de lazer, além da segurança e qualidade de vida, são os principais motivos que levam as pessoas a investirem no residencial”.

Marcela Oliveira, 38 anos, é advogada por formação, mas atua como administradora da CEO Gestão Condominial, em Marabá. A empresa é responsável pela direção do Condomínio Ipiranga através da organização e logística de contratos da associação e do gerenciamento do empreendimento.

De acordo com ela, o Ipiranga possui 755 lotes e 150 imóveis já estão construídos, totalizando uma média de 400 moradores.
O Ipiranga exige mais de 10 contratos fixos mensais distribuídos em diversos setores como: conservação, limpeza, monitoramento,
tratamento de água, portaria, entrega de encomendas, vigilância, entre outros serviços. “Tudo isso precisa ser administrado de forma harmoniosa visando à satisfação dos moradores. Não é uma tarefa fácil, são muitos interesses a conciliar. Mas a gente busca atender da melhor forma possível o interesse de cada um em uma esfera coletiva”, afirma Marcela.

Os colaboradores do Ipiranga são todos terceirizados, e somam cerca de 30 pessoas, alocados dentro do condomínio. “O tamanho do espaço se torna uma provação, pois são muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e na maioria das vezes são as pequenas coisas, que ninguém tem conhecimento, que acabam sendo um grande desafio para nós. Dependemos de prestadores de serviço e da mão de obra que se tornam uma deficiência para a gestão, porque apesar da conservação, dependemos de materiais e equipamentos de fora.

Então, nem tudo está ao nosso alcance” diz a administradora.
Marcela acredita que a área verde e a estrutura oferecida são os primeiros itens observados por quem deseja adquirir um imóvel no condomínio. “Estar em um contato mais profundo com a natureza ao caminhar pelo Ipiranga, participar das recreações na área de lazer, além da segurança e qualidade de vida, são os principais motivos que levam as pessoas a investirem no residencial”.

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Publicado em 4 de abril de 2022

Expediente

ENTREVISTAS:

Luciana Araújo

Thays Araújo

Ana Mangas

IMAGENS:

Evangelista Rocha

Jeferson Lima

Ulisses Pompeu

Editor:

Ulisses Pompeu

Edição de vídeo:

Cristofer Bino

Web Designer

Dihon Albert

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