Sabe aquele curso de gastronomia do Senac que está com inscrições abertas? Ou ainda aquela aula de natação do Sest/Senat que você sempre quis se matricular? E mais… você se lembra da Ação Global do Sesi que movimentou o Novo Horizonte naquele fim de semana? Reparou no nome das instituições que acabei de falar? Será que tudo é igual?
Apesar do Senac, Sesc e Sesi se parecerem, eles são instituições diferentes. Mas não é à toa que muita gente se confunde? Isso porque a semelhança vai além da letra inicial, todas fazem parte do Sistema “S”, que é composto por nove entidades, são elas: Sesi, Sesc, Senai, Senac, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop. Mas em Marabá, Sescoop e Senar não estão representados.
Para entender melhor, vamos voltar no tempo. Foi na década de 40 que o Sistema “S” surgiu. Um período de transformações políticas com a queda do Estado Novo de Getúlio Vargas e de luta pelos direitos trabalhistas. Nesse cenário que traz muita história foi que sindicatos e empresários começaram a se movimentar em busca de melhores condições para poderem atuar. E foi aí que, por lei, surgiram o Sesi e o Senai para os empregados da indústria, o Sesc e o Senac para os do comércio, o Sest e o Senat para os do transporte e por aí vai…
Nos dias de hoje muita coisa mudou e se expandiu. Todas essas entidades são ligadas ao setor produtivo para dar amparo aos trabalhadores oferecendo serviços de saúde, lazer, esporte, educação, cultura e assistência. A fonte de financiamento que sustentam todas essas nove instituições é a contribuição compulsória que incide sobre a folha de pagamento mensal de cada empresa do setor. Esse valor é arrecadado pelo governo. Para ilustrar, o Sesi recebe 1,5% da indústria; e o Sebrae entre 0,3 a 0,6% de empreendimentos de micro e pequeno porte.
Entidade do Sistema S mais antiga em Marabá, com mais de 43 anos, é a única que oferece educação formal
Com um desconto de 30% a 40% nos valores das mensalidades, os trabalhadores da Indústria conseguem matricular os filhos desde as idades iniciais junto ao Serviço Social da Indústria (SESI), em Marabá, com acesso à educação de qualidade. A entidade atua ainda em outras frentes, ofertando cursos, modalidades esportivas e serviços em saúde.
Conforme a diretora do SESI há dois anos, Floripes do Amaral Silva, atualmente é ofertada da Educação Infantil até o Ensino Médio, compreendendo todas as fases da vida acadêmica do aluno. O Jardim I atende crianças a partir dos quatro anos e em seguida há turmas do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e Fundamental II (6º ao 9º). Neste ano, foi iniciado com o Ensino Médio Técnico Integrado.
“Nessa modalidade, nós trabalhamos com o técnico em redes, atendendo à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o novo Ensino Médio, cujas escolas (públicas e privadas) têm até 2023 para fazer a adequação. Nessa nova fase do ensino, nós passamos a trabalhar com itinerários, sendo eles cinco”, explica.
Conforme a diretora, destes, quatro são ligados às áreas de ensino em Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Linguagens. “Não teremos mais, portanto, o Ensino Médio com 13 disciplinas”. O quinto itinerário é o profissionalizante, explica, no qual o SESI trabalha em parceria com o SENAI para capacitar o discente na tecnologia das redes. “Assim, o aluno sairá com duas certificações, uma do ensino básico e outra como técnico. Isso certamente é uma preparação para o mercado de trabalho”, acredita.
A primeira turma foi formada com 20 alunos, mas a meta é ampliar o número e pessoas atendidas a partir do próximo ano. A escola possui atualmente em torno de 35 professores, sendo ofertada também a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nessa modalidade, o Ensino Fundamental II é gratuito e, entre os critérios, o aluno tem que ter no mínimo 15 anos no dia da matrícula. “Então ele vem, se matricula e cursa por módulos, por disciplinas. E nós temos também o Ensino Médio a distância (EaD), que custa R$ 89 por mês, com o reconhecimento de saberes”, diz.
A estrutura da entidade é formada por 11 salas de aula e estão sendo construídas mais duas. Há, também, uma sala de robótica, que funciona enquanto laboratório da área. “Inclusive, participamos de um torneio regional do Norte e Nordeste ficando em segundo lugar. Nosso troféu está na sala de robótica. Temos uma sala de leitura, sala de informática e a proposta é ampliar a escola com mais laboratórios, auditório, biblioteca maior e aumento das salas já existentes”, defende.
Educação Tecnológica é o nome dado à disciplina desenvolvida no laboratório de robótica, orientada pela professora Elaine Cristina de Souza de Alexandria. Conforme ela, neste espaço é desenvolvida a interdisciplinaridade dentro da montagem de robôs.
“Por exemplo, nós trabalhamos conteúdos de ciências, história e geografia relacionados às montagens. Tem o carro programável, aí nós fazemos a associação desse carro. O que seria um carro programável no nosso dia a dia? Então nós fazemos a associação, e eles (alunos) fazem a montagem e a programação para esses robores ganharem vida”, explica.
De acordo com a professora, a disciplina é desenvolvida em três segmentos diferentes. O primeiro abrange do 1º ao 2º ano, onde as peças da maleta utilizada são maiores para o aluno não correr o risco de se machucar.
Do 3º ao 5º ano já se trabalha utilizando outro tipo de material. “Eles passam a trabalhar com programação mesmo, eles já usam um programa no computador e no tablet para fazer as programações de forma que os robôs tenham vida, isto é, movimentos”, explica.
Do 6º ao 9º ano, destaca, a forma de se estudar já é mais tecnológica ainda. “Nós trabalhamos com o Web 3, com montagem e programação. É nessa etapa que eles podem participar de torneios oficiais de robótica”, diz, destacando a boa posição alcançada no último, realizado no Pará.
“Foi incrível participar pela primeira vez e essa vitória foi resultado das aulas mesmo, porque eles vão se desenvolvendo e se envolvendo cada vez mais na disciplina. Não é uma brincadeira. As pessoas passam e veem eles com as peças de Lego, mas estão aqui inseridos no processo de aprendizado”, resume, acrescentando que o laboratório já existe há mais de 20 anos, mas anualmente os equipamentos são atualizados.
A odontóloga Tattiana Michele Fialho de Ferry Barros atua no SESI há cinco anos e compartilha que há possibilidade de atendimento de oito pessoas por turno, porém a média está abaixo disso e considerada até tranquila por ela, diariamente até às 20 horas.
No local, são ofertados serviços de limpeza, restauração, extração e até canal e o preço é diferenciado para quem é trabalhador da indústria ou dependente. Para o restante da comunidade, afirma, também há valores considerados abaixo dos praticados pelas clínicas particulares.
“Se você fizer, por exemplo, um comparativo entre o preço praticado para o trabalhador da indústria e a comunidade, verá que a diferença não é tão grande. A diferença é pouca, estando abaixo do valor de mercado”, explica.
Ainda na área da saúde e bem-estar, o SESI oferta modalidades esportivas, como atividades aquáticas (hidro e natação), práticas coletivas (futebol de campo, futsal, handebol e vôlei) e nas atividades físicas individuais (musculação, funcional para idosos e balé).
A coordenadora-geral destas atividades, Georgia Jorge de Moraes Nascimento, explica que atualmente o corpo docente é formado por seis técnicos de Educação Física e dois estagiários. As mensalidades são divididas em três faixas de valores que compreendem o trabalhador da indústria, a comunidade e pessoas idosas.
A sementinha plantada na cidade do Rio de Janeiro em 22 de janeiro de 1942 deu frutos que se ramificaram por todo o território brasileiro e 36 anos depois chegava a Marabá, com a instalação do Centro de Educação Profissional (CEP), inaugurado em agosto de 1978. Estamos falando do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), um dos componentes do “Sistema S”, que cumpre a urgente função de formar profissionais, jovens e adultos, para atuar na indústria.
Nesses quase 42 anos de existência, o SENAI de Marabá, cujo prédio fica bem localizado, na Folha 31 (Nova Marabá), já qualificou mais de 100 mil pessoas. No Brasil foram mais de 73 milhões formados. A quantidade de profissionais – tanto em nível nacional quanto local – que entraram leigos na instituição e saíram preparados para enfrentar o mercado expõe a relevância do SENAI para um País e para uma região que tem fortes relações com a produção industrial.
No caso específico de Marabá, em 2019 foram 7.634 alunos matriculados nos mais de 100 cursos existentes. E neste ano de 2020 a meta é de 9 mil alunos matriculados.
Só no primeiro mês já foram 700 formações profissionais. Essas formações atingem todos os públicos. Ou seja, o SENAI já é reconhecido nacional e internacionalmente no campo da educação profissional inclusiva, na oferta de oportunidades de profissionalização a todos, independentemente de qualquer imitação pessoal ou social, embora a demanda por cursos do segmento industrial seja, ainda, pequena.
Os cursos do SENAI, que passam por Eletricista, Pintor, Padeiro, Mecânico… enfim, centenas, que atendem a jovens a partir dos 14 anos, mas já houve alunos até com 89 anos de idade. Outro aspecto social que precisa ser divulgado é que existe uma cota de gratuidade para 40% dos cursos.
Para a diretora do CEP Marabá, Carliane Saraiva da Silva Primo, esses números mostram um pouco do tamanho do SENAI hoje. Essa grandiosidade destacada por ela é traduzida não em números, mas em oportunidades de mudança. “O SENAI ajuda a devolver a dignidade para as pessoas; descobre e potencializa talentos; ajuda a trazer o desenvolvimento e mudar a cultura dos jovens”, resume.
A própria Carliane é prova disso. Ela trabalha há 10 anos no SENAI e nos últimos cinco anos é diretora da instituição. Para ela, o SENAI dá oportunidade às pessoas que desejam crescer na vida e muitas vezes essas pessoas estão esperando apenas uma oportunidade de aprender. “Tenho orgulho de falar que sou marabaense, sou do bairro Santa Rosa”, resume Carliane.
Uma prova de que o SENAI atua em vários segmentos sociais, oportunizando às pessoas o acesso a uma formação é o Programa Senai de Ações Inclusivas (PSAI), que trabalha com diversos cursos em várias vertentes, como Etnia, Gênero, Idoso e Pessoas com Necessidades Especiais.
Só em 2019 foram atendidos mais de 30 alunos com Deficiência Auditiva, 10 com Deficiência Visual, 21 com Deficiência Física, três com Deficiência Intelectual (mental), um com Deficiência Múltipla, 395 negros, 10 indígenas, 2.840 do gênero feminino, 4.790 masculinos, 596 idosos, 23 em situação de vulnerabilidade social.
Inclusive, a reportagem do CORREIO teve o privilégio de acompanhar parte de uma aula de alunos surdos-mudos. O professor Joanilson Lima usava as mãos para se comunicar com os estudantes. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), segundo idioma oficial do País, é uma ferramenta de inserção social para a turma.
Um dos estudantes, Marcos Vinícius Pereira disse que ama estudar no SENAI. “Gosto muito porque aprendo e isso me ajuda no crescimento profissional, minha mente se desenvolve e eu aprendo muito. O SENAI é muito importante por causa disso, pois me ajuda nesse crescimento”, declarou, usando as mãos.
E continua: “Às vezes as pessoas têm esse interesse de aprender e não sabem como, então a gente fala sobre os cursos que existem aqui no SENAI; isso é bom para nossa vida pessoal e profissional. Isso é muito bom e fico muito feliz por isso”.
O coordenador do Centro de Educação Profissional (CEP), do SENAI em Marabá, Dgleyson Ferreira, explica que a instituição ocupa lugar de destaque na sociedade marabaense e goza de amplo respeito das autoridades locais e regionais, graças a sua valiosa contribuição no desenvolvimento de ações voltadas para qualificação de mão de obra, educação para o trabalho e cidadania, proporcionando melhor qualidade de vida para a população no sudeste do Pará.
Situado na região sudeste do Pará, o CEP Marabá atende empresas e população de Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Itupiranga, Jacundá, Goianésia do Pará, Tucuruí, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Palestina do Pará, Rondon do Pará, São Domingos do Araguaia e São João do Araguaia.
Desde 2009 o SENAI de Marabá iniciou um processo de reforma e ampliação para atender às novas demandas tecnológicas regionais, com o aumento de mais de 100% da sua área construída. Atualmente a unidade possui quase 5 mil m² de área construída. Capacidade de atendimento chega a aproximadamente a 1.500 alunos, 500 discentes por turno.
Os laboratórios estão equipados com o que há de mais moderno e tecnológico no mercado em que diz respeito a equipamentos e estruturas. Possui os laboratórios de Mecânica Industrial, Mecânica de Auto (leves e pesados), Eletroeletrônica, Hidráulica e Pneumática, Soldagem, Informática, Manutenção de Computadores e Redes, Metrologia, Confecções, Construção Civil, Panificação e Saúde e Segurança no Trabalho.
O CEP Marabá passou a ser fundamental na formação, aperfeiçoamento e qualificação de profissionais para atender grandes projetos que estão instalados e os que virão para a região. Entre tantos exemplos, é possível citar que nos anos de 2010 a 2012 o CEP Marabá participou ativamente na qualificação de mais de 7 mil profissionais, para atendimento à implantação do projeto Aços Laminados do Pará (ALPA), várias vertentes tecnológicas foram atendidas e alguns cursos realizados em associações de bairros com foco no atendimento de pessoas com baixa renda.
A reportagem do Portal adentrou nas oficinais, onde alunos e instrutores vivenciam o processo formativo na prática, como tem que ser. A estudante Bianca Emanuelle Lima, de 19 anos, faz curso de Padeiro e Confeiteiro. Segundo ela, fazer esse curso foi sempre um sonho dela, que já tentou entrar antes, mas agora finalmente conseguiu. Para ela, o SENAI é o local onde ela aprende o “ABC” dessa profissão. Quando ao restante do “alfabeto”, ela entende que será apreendido no mercado de trabalho. “Pretendo continuar na área e me aprimorar”, resume.
Por outro lado, a estudante Luana Pinto Correia também compartilha do mesmo sonho, mas em outra área completamente diferente. Ela faz Elétrica Predial e diz que a expectativa é justamente a de poder sair do SENAI com uma formação e pronta para atuar nesse ramo. “É maravilhoso o curso aqui no SENAI. Nós aprendemos muito, o tempo inteiro; cada detalhe é pensado no estudante”, argumenta.
Atento a todas essas questões, o engenheiro mecânico formado pela UFPA, Ângelo Rangel Melo, instrutor responsável pelo Laboratório de Metal Mecânica, observa que, independentemente do curso, o SENAI tem a responsabilidade em nível nacional de zelar pela boa formação dos seus estudantes.
Ângelo, que também atua na área da Automação na iniciação a Robótica, explica que deixa claro para os futuros profissionais que as oportunidades sempre vão surgir, por isso é preciso que estejam preparados para quando as chances surgirem. “Aqui é um ambiente não apenas de ensino-aprendizagem, mas também de aconselhamento e troca de experiências”, resume.
Entre 1991 e 1993, o então adolescente Robinson Arley Silva de Jesus se formava em Eletricista no SENAI. Foram dois anos e meio de muito aprendizado. Quando ele recebeu seu diploma e saiu em direção ao mercado de trabalho, não sabia que quase duas décadas depois o Centro de Educação Profissional de Marabá seria novamente seu local de trabalho.
Robinson estagiou na Mineradora VALE, depois passou a atuar em algumas empresas do Distrito Industrial de Marabá (DIM), foi a São Luís (MA), voltou para a Marabá, onde atuou na Celpa, foi embora de novo e “rodou” pelo Mato Grosso e interior de São Paulo, adquirindo experiência inclusive na formação de novos eletricistas, tornando-se um profissional maduro e muito mais capacitado, graças à base que teve em Marabá. E, falando nisso, eis que apareceu uma oportunidade de atuar novamente nesta cidade, novamente no bom e velho SENAI.
Robinson aceitou, mas quando retorna ao CEP Marabá, já não era mais o mesmo SENAI dos anos noventa. O espaço físico já estava ampliado, dezenas de novos cursos em novos formatos já haviam sido inseridos e o SENAI estava devidamente ajustado às novas exigências do mercado. Enfim, ao que parece o mesmo processo de evolução experimentado por Robinson ocorreu também no SENAI. É como se suas danças pelo Brasil o estivessem preparando para voltar a Marabá e Marabá fazendo o mesmo por ele. “Me formei como profissional e me tornei um cidadão”, relata Robinson.
Há serviços gratuitos ou com preços simbólicos em cursos de inglês, libras e música, aulas de Balé, dança e desenvolvimento físico
Possibilitar o acesso à cultura, educação, saúde, esporte, lazer e assistência, é o que o SESC se propõe a fazer diariamente, em todo o país. Em Marabá, o Serviço Social do Comércio foi implantado há 15 anos com o Programa Mesa Brasil, que é uma rede de bancos de alimentos obtidos por meio de doação e que são distribuídos com o objetivo de combater a fome e o desperdício.
Desde 2014, foram iniciadas no município diversas atividades, que são disponibilizadas ao trabalhador do comércio e dependentes de forma gratuita ou com preços simbólicos, tais como cursos de Inglês, Libras e Música; aulas de Balé, Dança Contemporânea e de Desenvolvimento Físico e Esportivo. O SESC disponibiliza ainda espaços para promoção da cultura e educação, como a biblioteca e o auditório, que abriga a sala de cinema.
A professora Elisângela Bulhões é uma das funcionárias mais antigas da unidade em Marabá e atende crianças, jovens e adultos no curso de Inglês desde que este foi implantado, cinco anos atrás.
“Me sinto privilegiada e muito feliz em estar contribuindo com o aprendizado porque a gente dá o suporte tanto em inglês quanto em português. A primeira turma de PCG formou agora em dezembro (2019), com 22 alunos, e foi bem legal trabalhar com eles, foi muito gratificante. São alunos que vêm com garra, com vontade mesmo de aprender. Não é só porque é gratuito, são alunos que gostam, esforçam e motivam os demais”, afirmou Elisângela.
O PCG que a professora mencionou se trata do Programa de Comprometimento e Gratuidade, através do qual tanto o público geral quanto o trabalhador do comércio têm acesso aos serviços disponibilizados pelo Sesc sem qualquer custo.
Um dos beneficiários desse programa é o assistente de cobrança Erisvaldo de Alcântara, que já foi aluno do coral juntamente com os dois filhos, Igor de 17 anos e Caio de 16 anos. Eles também já fizeram aulas de Inglês. Para este ano, Erisvaldo se matriculou no curso de teclado e matriculou os filhos nas aulas de violão.
“Isso é ótimo porque dá oportunidade a muita gente que precisa e que não pode pagar. Eu trabalho, mas ganho só um salário mínimo e não tenho condição de pagar um curso para meus filhos. O Igor terminou agora o Ensino Médio e eu não tenho recurso de pagar uma faculdade, o jeito é torcer que ele tire uma nota boa no Enem. Eu acho que fazer um curso já ajuda a desenvolver e ocupar a mente até ele entrar na faculdade”, disse.
“O trabalho com a música desenvolve o nível intelectual, a coordenação motora e amplia repertório, já que a maioria (dos alunos) chega às aulas com conhecimento de música gospel ou sertaneja. Além disso, a música permite o acesso à cultura. A principal preocupação é a dedicação do aluno. Não importa a idade, para aprender música o importante é ter interesse”, afirma o professor Ronny Ramos, que trabalha no SESC há quatro anos, quando as turmas de violão, teclado e canto foram iniciadas.
Segundo ele, o aprendizado fica mais fácil se o aluno tiver bons conhecimento de Matemática e Informática, que ajudam com o ritmo; e de Português, que ajuda com a assimilação dos símbolos musicais, que também são letras.
Ainda de acordo com o professor Ronny, para alunos adultos as aulas de música ajudam a aliviar o estresse da rotina e servem como terapia, estimulando a paciência. “A minha dica é manter uma rotina diária de 30 minutos de ensaio”, sugeriu, revelando que aprendeu essas e outras técnicas com grandes mestres marabaenses, pelos quais nutre extrema gratidão: Julia Lino, Amarildo Coelho, Gilson de Sousa, Adriano Oliveira e o professor Jorge.
Formado em Música pela UEPA (Universidade do Estado do Pará) em 2008, com especialização em Educação Musical e Ensaio das Artes, Ronny Ramos já formou mais de 500 alunos e somente no SESC foram mais de 200.
Entre os alunos de violão está Gabriel Sousa dos Reis, 28 anos. Ele teve paralisia infantil, mas a lentidão nos movimentos do corpo não o impediram de realizar o sonho de aprender a tocar um instrumento. Desde 2018, Gabriel participa das aulas e já se apresentou no recital que é realizado ao final de cada semestre para pais e amigos. “Eu gosto de música desde os 10 anos de idade e gosto mesmo de guitarra porque é um instrumento presente em vários estilos musicais. Já me apresentei no recital, mas ainda preciso me acostumar com isso porque fico muito nervoso”, revelou.
Já as aulas de Balé foram implantas em 2017 e desde então as aulas acontecem duas vezes por semana para crianças a partir dos 8 anos de idade. Para atender crianças de 5 e 6 anos neste ano foram abertas duas novas turmas. Uma das alunas, Bianca Camillti Correa, de 9 anos, começou a fazer aula aos 5 em outra escola, mas havia parado e este ano pediu à mãe para voltar, pois além de gostar muito estava sentindo falta da dança. “Eu já me apresentei e fiquei muito nervosa, errei um pouquinho. Mas não vou desistir porque sempre foi meu sonho dançar Balé”, disse a pequena bailarina.
Entre as principais preocupações do SESC está o Desenvolvimento Físico e Esportivo, que incentiva a prática de exercício físico. A academia começou a funcionar em 2016 e desde então atende dezenas de alunos tanto com a musculação quanto com o treino funcional.
Atualmente a coordenadora desse serviço em Marabá é a educadora física Mayra Pereira, que é profissional da área há mais de 10 anos e informou que este é o momento da carreira em que ela mais tem recebido alunos em reabilitação de acidentes e em tratamento de doenças emocionais.
“Alguns casos são de vítimas de acidentes de trânsito, mas muitos vêm para fazer o acompanhamento para fortalecer a musculatura e complementam a reabilitação feita na Fisioterapia. Tem também a junção do tratamento com psiquiatras, psicólogos e a atividade física, que traz uma melhora significativa no processo de reabilitação desses alunos que tratam de ansiedade, depressão, entre outros casos”.
Ainda segundo Mayra, o SESC possui um calendário de atividades que são desenvolvidas ao longo do ano, como por exemplo o Circuito Sesc de Corrida, o Passeio Ciclístico e Dia do Desafio que ocorre sempre na última 4ª feira de abril e é um movimento internacional com o objetivo de fazer as pessoas pararem pelo menos 15 minutos para se exercitar.
Outra atividade realizada com olho na boa qualidade de vida e manutenção da saúde é o treino funcional. “A gente trabalha tanto com a musculação quanto o treinamento funcional que acontece toda terça e quinta com um grupo de 15 pessoas, realizando exercícios livres e alguns com uso de alguns materiais, com foco no emagrecimento”, explicou Mayra.
A unidade disponibiliza o acesso a assistência e inclusão social através do curso de Libras, que foi implantado em 2016 e conta com duas turmas, em média 15 alunos em cada, formadas geralmente por educadores ou pessoas que tem algum familiar com deficiência auditiva.
Outra assistência prestada ao trabalhador do comércio é o atendimento odontológico, realizado por quatro profissionais em dois consultórios. Os procedimentos realizados na clínica incluem orientações sobre saúde bucal, exame clínico, restaurações, extrações, raspagens sub e supra gengivais, profilaxias, aplicações de flúor e raio-x periapical. Todos são cobrados, porém em valores simbólicos que variam entre R$ 7,00 e R$ 30,00.
O primeiro serviço implantado pelo SESC em Marabá foi o Mesa Brasil, que é um programa que gerencia uma rede de bancos de alimentos, obtidos por meio de doação, e que são distribuídos com o objetivo de combater a fome e o desperdício.
Ao todo, 22 instituições são cadastradas e beneficiadas no município, entre elas o Lar São Vicente e a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Já os doadores são oito, entre supermercados, padarias e órgãos públicos como a SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O motorista Manoel Souza e Silva Junior, trabalha no programa há oito anos e se sente orgulhoso de poder levar alimentos para quem precisa todos os dias. “Nós usamos aquela metodologia, né? Pega de onde está sobrando e leva pra onde está faltando porque se a gente não pegasse ia ser tudo jogado no lixo. É um trabalho que eu faço com muito gosto. É muito gratificante você saber que o que você vai levar, as pessoas estarão lá esperando”.
Ele é um dos três integrantes da equipe do Mesa Brasil em Marabá, que também é desenvolvido pela auxiliar administrativo Marcela Fernandes Rosa e pelo assistente Jhonatta Chaves de Souza. As entregas são feitas diariamente porque no SESC não há um local para estoque, apenas o carro que possui refrigeração para fazer o transporte adequado dos alimentos.
Em caso de apreensões feitas pelo IBAMA ou pela SEMMA aos finais de semana, a equipe do Mesa Brasil se dirige ao local de coleta imediatamente, pois geralmente o produto apreendido pela fiscalização se trata de peixe.
“O único nervosismo é quando tem apreensão de peixe porque precisa chamar a polícia e geralmente são 13, 14 toneladas, caminhão fechado. Mas é prazeroso trabalhar no Mesa Brasil, é um programa muito bonito e, por incrível que pareça, em 8 anos que estou aqui essa é a primeira vez que alguém vem aqui fazer uma entrevista comigo”, contou o motorista Manoel.
Ele deixou de ser caminhoneiro para integrar a equipe do SESC e afirma ter sido a melhor decisão. “Quando eu entrei a gerente chegou pra mim e falou assim: ‘Seu Manoel, o senhor tem certeza que quer ficar aqui? O SESC paga tão pouco’. Mas pra mim é um pouco tão gratificante, só de saber que eu vou chegar em casa e aquelas pessoas que estavam com fome já vão estar todas alimentadas”, comemora.
O objetivo do programa é levar a conscientização ambiental, principalmente sobre o desperdício de comida, para os empresários que ao se tornarem doadores recebem recompensas como isenção do ICMS. Só em 2019, foram 135 mil toneladas de alimentos distribuídos e mais de 28 mil pessoas beneficiadas com as doações na região.
Para se tornar beneficiário do Programa Mesa Brasil basta procurar o SESC para fazer o cadastro, o qual exige uma série de documentos, tais como CNPJ, autorização da SEMMA, da Vigilância Sanitária, além de possuir uma estrutura com cozinha, armários, geladeiras e freezers para armazenar os alimentos corretamente.
O prédio do SESC está localizado na Avenida Transamazônica, Bairro Cidade Nova, e possui os seguintes ambientes: central de atendimento, lanchonete, brinquedoteca, auditório, cinema, clínica odontológica, biblioteca, cinco salas de aula, salão de eventos e academia.
Entidade atua na formação e na qualificação de motoristas para o mercado de trabalho regional
O Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) nasceu do sonho de oferecer aos trabalhadores do setor mais saúde, qualidade de vida e desenvolvimento profissional. É o que explica Jéssica Cangussu de Abreu, diretora da instituição em Marabá.
Criado em 14 de setembro de 1993, pela Lei Nº 8.706, o SEST SENAT tem se firmado como meritório colaborador do desenvolvimento do transporte em Marabá. “A unidade do SEST SENAT trouxe a real possibilidade de formação profissionalizada. Na região, havia muitos motoristas sem a bagagem técnica necessária para o desempenho correto das funções. Desde a chegada da instituição, esse quadro mudou radicalmente”, comenta Jéssica.
O SEST SENAT atua na formação e na qualificação de profissionais para o mercado de trabalho. Com metodologias que atendem às demandas do mercado, a instituição prepara os profissionais para a execução das atividades com eficiência, reflexão crítica e segurança, a fim de que possam enfrentar os desafios da atividade transportadora em qualquer segmento. Além disso, os torna aptos a operar novas tecnologias.
Sobre isso, Jéssica comenta que o SEST SENAT oferece cursos especializados, presenciais e a distância, que abrangem diferentes áreas do conhecimento, relacionadas desde a atividades operacionais de transporte e logística até mesmo à gestão dos negócios. Ainda de acordo com a diretora, as capacitações são desenvolvidas e ministradas por meio de metodologias inovadoras de ensino e com o uso de equipamentos tecnológicos que dinamizam e aumentam a aprendizagem.
“Nós oferecemos aqui diversos serviços de saúde e cursos que contam com critérios avançados, como tacógrafo, transporte de passageiros com necessidades especiais, frentista abastecedor, Excel intermediário, taxista, mototaxista, segurança no transporte de produtos perigosos, idiomas, informática, noções de gestão financeira e familiar, primeiros socorros e muitos outros”, expõe. “Para isso, contamos com tecnologia avançada de modo que o conhecimento seja otimizado”, conclui.
A diretora conta que pessoas que trabalham em empresas do transporte, cujo CNPJ tenha registrado que essa é a atividade principal, têm gratuidade nos serviços do SEST SENAT, tanto o profissional quanto o cônjuge, bem como os filhos dependentes de até 21 anos de idade.
Para quem é trabalhador autônomo — mototaxistas, taxistas e taxistas de lotação — é necessário pagar uma taxa de R$ 25,97 por mês para se associar.
O cuidado com a saúde e com o bem-estar dos trabalhadores do transporte e dos seus dependentes está na essência da atuação do SEST SENAT. A coordenadora Rafaela Sousa de Oliveira atesta que são oferecidos atendimentos de saúde nas especialidades de odontologia, fisioterapia, nutrição e psicologia, com equipes altamente capacitadas. “O SEST SENAT entende que cuidar da saúde desses profissionais é essencial para garantir um transporte mais eficiente, mais seguro e com mais qualidade”, fala.
Rafaela conta que, certa vez, um motorista atendido pelo SEST SENAT a procurou para falar sobre o resultado da experiência na instituição. “Ele era caminhoneiro e estava na recepção quando se levantou para vir falar comigo. O relato dele foi uma surpresa e um orgulho pessoal. Ele contou — com um sorriso estampado no rosto — que, por conta dos cursos que fez aqui, se tornou referência no lugar onde trabalha”, narra.
O SEST SENAT transforma vidas e valoriza os saberes que cada trabalhador do transporte carrega. “Saber que contribuo para o aperfeiçoamento profissional dessas pessoas não tem preço”, diz Rafaela.
A instituição, há 26 anos, tem transformado a vida de milhões de profissionais do transporte, seus dependentes e a comunidade em geral. Na atualidade, o SEST SENAT é referência na prestação de serviços de qualificação profissional e de assistência à saúde.
Para Rafaela, os resultados alcançados pela entidade ao longo dos anos comprovam isso. São mais de 118 milhões de atendimentos realizados dentro dos programas de promoção social e de desenvolvimento profissional, dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT). “O SEST SENAT é uma conquista dos trabalhadores e dos transportadores de Marabá, pois vem contribuindo decisivamente para profissionalizar e modernizar o setor”, analisa.
O plano de criar uma rede nacional de desenvolvimento profissional — com assistência social para os trabalhadores do transporte —, colocado em prática em 1993, foi ousado. “Os resultados, por outro lado, superam as expectativas do projeto inicial”, completa a coordenadora.
As ações de desenvolvimento profissional estão voltadas para a formação e a qualificação da mão de obra. Os treinamentos possibilitam aos trabalhadores do transporte exercerem suas funções em um mercado cada vez mais exigente, que demanda profissionais altamente qualificados para atuarem nas diversas funções da atividade transportadora, tanto de cargas como de passageiros.
O SEST SENAT disponibiliza treinamentos utilizando modernas tecnologias, como os simuladores híbridos de direção. “O simulador veio não para ensinar a dirigir, mas para mostrar os erros que esses trabalhadores cometem. Esse treinamento os orienta, os reeduca e os permite dirigir de forma mais segura”, afirma Antônia Cássia Martins da Silva, instrutora da unidade operacional do São Félix III (Mariano Costa).
O simulador faz parte da metodologia de ensino utilizada em vários projetos de qualificação profissional do SEST SENAT, como a Escola de Motoristas Profissionais e o projeto de Qualificação para Cobradores.
O portfólio de cursos da instituição disponibiliza mais de 650 conteúdos, entre presenciais e a distância. Desde a criação, o programa de desenvolvimento profissional já registrou mais de 24,9 milhões de atendimentos.
O SEST SENAT também investe na capacitação gerencial do setor de transporte. Em parceria com o Instituto de Transporte e Logística (ITL), a instituição oferece especializações para gestores de todos os modais dentro do Programa Avançado de Capacitação do Transporte.
No programa de promoção social, os atendimentos já somam mais de 93,7 milhões (Brasil). São desenvolvidas ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do setor de transporte, como atendimentos nas áreas de saúde, nas especialidades de odontologia, fisioterapia (com foco na prevenção dos problemas na coluna), nutrição (voltado para educação alimentar dos trabalhadores) e psicologia (prevenção ao uso de álcool e drogas).
O SEST SENAT também estimula a prática de atividades físicas entre os trabalhadores do transporte. Na unidade operacional de Marabá, por exemplo, é possível praticar diversas modalidades esportivas. A unidade operacional apresenta quatro quiosques, quadra de tênis, quadra de futsal, campo de futebol e piscina.
Ainda em conformidade com Rafaela, existe um projeto de capacitação juvenil em atividade no SEST SENAT de Marabá. O projeto “Carreira Profissional” trabalha com jovens de 14 a 24 anos de idade que desejam ingressar no mercado de trabalho ou buscar recolocação.
“Eles são preparados com conhecimentos sobre empregabilidade e princípios básicos para uma carreira profissional de sucesso”, explica a coordenadora. “Além de valorizar o potencial dos jovens, o projeto tem foco nas empresas”, finaliza.
Por meio do Carreira Profissional, o SEST SENAT oferece às empresas um ranking dos profissionais pré-selecionados, contribuindo para que elas tenham, em seu quadro funcional, colaboradores mais bem instruídos.
“Esse projeto tem possibilitado a muitos jovens a oportunidade do primeiro emprego, porque aqui se qualificam e ao mesmo tempo se habilitam para o mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo”, argumenta Rafaela.
Para participar, os jovens precisam fazer o pré-cadastro no site da instituição ou se dirigir pessoalmente à unidade operacional do SEST SENAT. Em seguida, devem efetivar a matrícula, com a apresentação pessoal dos documentos originais e do pagamento da taxa.
“Já as empresas precisam apenas aderir ao projeto e, para isso, o SEST SENAT envia um formulário para verificação de interesse. Aos interessados, basta preencher o documento e encaminhá-lo de volta a nós”, esclarece.
Atualmente, entidade atende 3.700 empresas e 7.745 microempreendedores de Marabá e região
Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável de Micro e Pequenas Empresas e fortalecer o crescimento de Microempreendedores Individuais, através da formalização, é o que o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) faz diariamente em todo o país. Em Marabá, a entidade funciona há 31 anos e, atualmente, atende 3.700 empresas e 7.745 microempreendedores.
O Escritório Regional Carajás I, com sede em Marabá tem 11 analistas, com formação superior em várias áreas, é responsável pelo atendimento de 17 municípios, dentre eles, Marabá, Itupiranga, Novo Repartimento, Breu Branco, Tucuruí, Goianésia, Jacundá, Nova Ipixuna, Bom Jesus do Tocantins, Abel Figueiredo, Rondon do Pará, São João do Araguaia, São Domingos do Araguaia, Brejo Grande do Araguaia, Palestina do Pará, São Geraldo do Araguaia e Piçarra.
De acordo com Nádia Rodrigues, jornalista e consultora do SEBRAE, a previsão é que em 2020 sejam disponibilizados mais serviços ao público alvo, tais como, 2.794 horas de consultorias; 17 cursos (duração de 15 a 20 horas); 26 oficinas (capacitações práticas de 4 a 8 horas de duração); 1 rodada de negócios (evento que coloca frente a frente empresários que querem vender e os que querem comprar) e 13 seminários.
Haverá ainda a Feira do Empreendedor, que será realizada no Hangar em Belém, de 22 a 25 de abril, na qual devem marcar presença cerca de 45 empresários do sudeste do Pará. Este ano, visando a sustentabilidade, não haverá distribuição de panfletos ou qualquer material impresso, por isso a divulgação será totalmente digital.
A programação de atividades realizadas nas regionais inclui a realização de uma palestra para orientar gratuitamente pessoas interessadas em se formalizar como MEI (Microempreendedor Individual), que em Marabá acontece toda quarta-feira, às 15 horas, no auditório do Sebrae.
Em média, 50 pessoas participam da palestra e a maioria já sai com o cadastro realizado. Foi o caso da microempreendedora Jeane Coqueiro, que compareceu à palestra com o objetivo de se formalizar para ter garantia de direitos, pois há mais de três anos trabalha por conta própria.
“Eu resolvi me formalizar agora porque até então eu não tinha uma visão de negócio. No momento que a gente se formaliza, a gente já contribui para o INSS, fica assegurado, passa mais segurança para as pessoas e tende a crescer também. O produto que eu trabalhava demandava muitas viagens, mas agora como eu estou com minha saúde um pouco comprometida, prefiro ficar mais em casa. E o que a gente aprende aqui abre mais a mente da gente porque, às vezes, a gente pensa que tem conhecimento sobre o mercado e aqui a gente tem mais informação”, afirmou.
De acordo com Marcelo Ribeiro de Araújo, gerente regional do Escritório Carajás I, em Marabá, o foco das capacitações tem sido a inclusão do uso da tecnologia pelos MEI e também pelos Microempresários.
“Não existe mais aquela empresa 100% física, onde eu digo ‘vou montar minha empresa aqui e que o cliente venha a mim’. Não. Você tem plataformas digitais que facilitam a comercialização do negócio. Hoje a gente vive numa era em que o cliente quer ser muito paparicado, ele quer receber as coisas com facilidade, e as plataformas digitais efetivam um cliente. A orientação é que o empresário defina uma estratégia com base no público alvo para inclusive identificar qual a melhor plataforma digital”, explicou.
Segundo a analista Nádia Rodrigues, a equipe do Sebrae faz o acompanhamento de todos os MEI e Microempresários cadastrados, mas alguns ainda resistem ao receber consultoria sobre implantar plataformas digitais e sistemas.
“É uma questão mesmo de comportamento porque o empresário acostuma fazer as coisas de uma forma e pra mudar ele acha que é difícil porque ele mesmo se impõe essa barreira. É bom quando vem, por exemplo, um filho trabalhar porque já tem um espírito mais jovem. Então, a gente tem que orientar, começar a falar da importância. O próprio MEI pode pagar (o Simples Nacional) em débito automático, se ele quiser a gente cria um código de acesso e a conta nem precisa ser pessoa jurídica. Facilita muito, evita da pessoa ficar em fila de lotérica e pra quem mora longe evita o deslocamento só pra imprimir o boleto”, disse.
Ainda de acordo com Nádia, já houve crescimento de cliente que migrou de MEI para Microempresário e que isso só foi possível graças às orientações recebidas no SEBRAE. “Pra gente é legal porque a gente sempre fala da importância do planejamento e esse cliente fez um plano de negócio, impôs uma meta para essa transição procurando vir aqui e quando não era possível comparecer, ele disse que sempre estava lendo material no site, baixando cursos”, disse.
O Escritório Regional de Marabá é um dos 12 existentes no Pará e para o gerente regional, Marcelo Ribeiro de Araújo, que tem 17 anos de casa, é gratificante desempenhar um trabalho que contribui para o desenvolvimento de pessoas.
“Fico muito satisfeito de participar de uma empresa como essa que dá a oportunidade da gente conhecer essa diversidade tão grande que é o estado do Pará. Apesar dessa grande diversidade, a gente percebe que as dificuldades do nosso cliente costumam ser as mesmas, independente da região. O SEBRAE existe com a missão de fomentar o empreendedorismo e contribuir com o desenvolvimento econômico do país e hoje a micro e pequena empresa tem um papel muito importante para o estado e para o país, representa mais de 50% da massa salarial empregada”, finalizou.
Para ser um Microempreendedor Individual é necessário ter um faturamento anual de até R$ 81.000,00 por ano ou até R$ 6.750,00 por mês; ter no máximo um empregado contratado que receba o salário mínimo ou piso da categoria e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
Um dos trabalhos do SEBRAE é auxiliar o público a emitir essa certidão. As despesas do MEI são apenas com o pagamento mensal do Simples Nacional, que variam de acordo com o setor: para comércio ou indústria os valores são de R$ 51,95 e R$ 58,95 respectivamente; já prestadores de serviço pagam R$ 56,95 e comércio e serviços juntos pagam R$ 57,95.
Ser cadastrado como MEI garante direitos trabalhistas e benefícios como auxílio-maternidade, aposentadoria, auxílio-doença, isenção dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL), acesso a abertura de conta bancária com crédito e juros mais baratos. Cobertura da Previdência Social para o MEI e a família. Além do apoio técnico do Sebrae para aprender a negociar e obter preços e condições nas compras de mercadorias para revenda, obter melhor prazo junto aos atacadistas e melhor margem de lucro.
Todas essas garantias são previstas pela Lei Geral, também conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, criada pela Lei Complementar nº. 123/2006, para regulamentar tratamento favorecido, simplificado e diferenciado a esse setor, conforme disposto na Constituição Federal.
O objetivo é fomentar o desenvolvimento e a competitividade da micro e pequena empresa e do microempreendedor individual, como estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, inclusão social, redução da informalidade e fortalecimento da economia.
Os benefícios criados pela Lei Geral, a exceção do tratamento tributário diferenciado, aplicam-se também ao produtor rural pessoa física e ao agricultor familiar. A Lei Geral classifica cada negócio pelo lucro anual: o Microempreendedor Individual deve ter a receita bruta anual até R$ 81.000,00. Já a Microempresa, deve ter a receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00. E a Empresa de Pequeno Porte deve ter receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.
Entidade é mantida pelos empregadores do comércio, atuando em três segmentos e ofertando cursos de qualificação para a população
Diariamente Gabriel Teodoro acorda cedo, por volta das 6 horas, e sai da residência onde vive, no Bairro da Paz, para se profissionalizar tanto na teoria, quanto na prática. Isso porque o jovem de 16 anos se capacita em Serviços de Supermercado, através do Programa Jovem Aprendiz, no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), além de trabalhar como estoquista, certificado também pela entidade.
Em janeiro de 2019, Gabriel começou a frequentar o curso de estoquista e não demorou muito para conseguir a primeira oportunidade de emprego, como jovem aprendiz. “Em março, quando finalizei, eu deixei meu currículo em um supermercado e após três entrevistas fui contratado. Hoje sou aluno de Serviços de Supermercado e ainda trabalho na área, então minha rotina na semana é vir para o SENAC ou para o trabalho e depois para a escola, pois curso o 3º Ano do Ensino Médio”, conta.
Com as experiências profissionais, Gabriel foi construindo o sonho de crescer na área. “Tenho dois sonhos, o primeiro é conseguir chegar ao cargo de gerência do supermercado. Se eu não conseguir, o segundo sonho é entrar para as Forças Armadas Brasileiras”, diz.
Pertencente ao Sistema S, o SENAC tem como finalidade oferecer cursos profissionalizantes – como o que Gabriel faz – para setores como comércio de bens, serviços, turismo, entre outros. A entidade é mantida pelos empregadores do comércio, atuando em três segmentos, o de cursos de qualificação ofertados para a população, capacitação no Programa Jovem Aprendiz, e os atendimentos comerciais para empresas e órgãos públicos.
Para se tornar o que é hoje em Marabá, a unidade passou por uma grande evolução. A coordenadora do Núcleo de Educação Profissional (NEP) na cidade, Débora Coelho, explica que tudo começou em 2011. “O SENAC funcionava no município como uma base remota pertencente a Parauapebas. A gestão regional precisava executar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para isso, foram alugadas cerca de quatro a cinco salas da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Bairro Novo Horizonte”, relembra.
Nesse período, os cursos eram ofertados em todos os turnos – manhã, tarde e noite – e os cronogramas eram montados de acordo com a disposição de instrutores e salas disponíveis. Em média, cada sala recebia entre 20 e 25 alunos, “mas a estrutura era muito precária, tanto que até ar-condicionado o SENAC precisou colocar nas salas”, explica Débora.
Após isso, o Pronatec começou a perder a força que tinha quando lançado, porém, ainda existia um apelo por uma unidade estruturada do SENAC em Marabá. “As entidades comerciais cobravam da gestão regional essa demanda que, por fim, resolveu em fevereiro de 2016 alugar um lote na Avenida Nagib Mutran, Cidade Nova, para firmar o NEP e desmembrar o Senac da paróquia”, conta Débora.
Assim, o Senac de Marabá veio a se tornar o que é hoje, atuando com cursos em quatro áreas predominantes: informática, gestão, comércio e beleza. Nas novas instalações, atuam 19 colaboradores, contando com oito salas, sendo duas delas laboratórios para a informática e o salão de beleza. Já as outras seis são convencionais para os cursos de gestão de comércio, recepcionista, atendimento ao público, entre outros.
O primeiro serviço principal do SENAC, já mencionado, são os cursos de qualificação, abertos para toda a sociedade. Foi em um desses que Ana Vitória Santos, de 18 anos, iniciou sua profissionalização como assistente administrativa em 2019. Após a conclusão, ela participou do processo seletivo para o Programa Jovem Aprendiz – sendo esse o segundo serviço da unidade.
A estudante do 3º Ano do Ensino Médio vive no Residencial Tocantins com a mãe e os dois irmãos, a 17 km da unidade do SENAC na Cidade Nova. Para ela, isso nunca foi um fator desmotivador para frequentar o curso. “No começo tinha um pouco de dificuldade, devido os horários do transporte coletivo, mas com o tempo fui me acostumando à rotina”, comenta Ana Vitória.
No Programa Jovem Aprendiz, ela iniciou o curso de Serviços de Supermercado, na mesma turma que Gabriel, e também conseguiu uma vaga no mercado de trabalho como aprendiz. “Eu trabalho em um supermercado do São Félix, três vezes na semana eu vou pra lá e três vezes venho para o curso no SENAC. Lá todos são muito comunicativos e há oportunidades de crescer dentro da empresa, peguei o ritmo bem rápido”, conta a aprendiz.
Ana Vitória também tem sonhos além do ramo de supermercados e a graduação está entre eles. “Tenho como objetivo profissional estar sempre me aperfeiçoando, buscando melhorar. Tenho muita inspiração nos meus superiores do supermercado onde sou aprendiz, mas eu penso em ingressar no curso de enfermagem, é uma área que chama minha atenção”, explica Ana Vitória.
Tanto os cursos ofertados para o público geral, quanto do Programa Jovem Aprendiz, são planejados anualmente, com a montagem de um cronograma. Há, entretanto, uma flexibilidade nesse roteiro, o que pode implicar em aberturas extras de cursos ou demandas personalizadas.
Atualmente, as turmas de jovens aprendizes, por exemplo, estão finalizando os cursos que iniciaram em 2019. Em fevereiro, 95 novos aprendizes entrarão para um novo ciclo divididos em cinco turmas.
Vale mencionar que esse processo se repete em julho, com uma nova remessa de alunos entrando e outra saindo. Em 2016, quando o NEP foi inaugurado, havia 67 alunos do Jovem Aprendiz. Hoje, 2020, já são aproximadamente 150.
O terceiro serviço que o Senac oferece são os atendimentos comerciais, com cursos, palestras e oficinas personalizadas que atendem às demandas particulares de quem contrata o serviço. Débora Coelho explica que no site da entidade há uma opção chamada “Soluções Corporativas”, que serve para recolher essas demandas, com base no que o cliente procura.
“Vamos supor que um salão de beleza deseja nos contratar para ofertar uma capacitação para suas cabelereiras. O proprietário deve entrar no site e acessar essa opção para verificar as opções, que são cursos in company, oficinas e palestras. Também há a opção de o contratante solicitar um orçamento personalizado. Assim, avaliamos a demanda e damos um feedback com a proposta que atenda às necessidades do cliente”, detalha.
Débora Coelho adiantou para o Portal Correio de Carajás que o sistema está lançado o Programa Senac Comércio. O projeto consistirá em um pacote de cursos mais aprofundados e elaborados por consultores especialistas, com trilhas de cursos estratégicas para as empresas.
No site da entidade, já há uma mini home que traz informações apenas do programa e revela as quatro modalidades que estarão disponíveis inicialmente: comércio exterior, finanças, logística, marketing e vendas. Mais informações sobre esse novo programa podem ser antecipadas através do telefone 0800 – 701 4492.
SENAC oferece de cursos básicos à pós-graduação em Parauapebas
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) atua no município de Parauapebas desde 2008, com formação inicial e continuada, além do programa de aprendizagem comercial. Opera, ainda, como polo regional da Rede Senac de Educação a Distância, com disponibilidade de cursos livres e cursos superiores de graduação e pós-graduação.
A gerente do Centro de Educação Profissional de Parauapebas, Simone Patrícia Scherer, destaca que o instituto atua nos segmentos de gestão, comércio, educação e informática. “Em 2019, nós tivemos 3.248 atendimentos, incluindo cursos de qualificação, aperfeiçoamento, aprendizagem e palestras”, destaca.
Sobre a seleção de cursos oferecidos no município, ela afirma que o SENAC sempre procura trabalhar voltado para a demanda de mercado local. “A gente faz essa análise, faz pesquisas, sendo elaborados planos de ação para que comporte para o município de Parauapebas essa diversidade de cursos, mas que seja realmente de interesse da população”, detalha a gerente.
Para 2020, a entidade incluiu na sua grade mais dois cursos dentro do SENAC Comércio. “Nós temos na linha de frente Gerência de Lojas e Administração de Contas a Pagar, Contas a Receber e Tesouraria”, explica. Os demais cursos disponíveis atualmente abrangem diferentes segmentos, como o da beleza, que oferta Unhas Decoradas e Aplicação de Unhas Postiças; Barboterapia; Rotinas de Beleza: Autocuidado com os Cabelos; Maquiagem para Noivas; Penteados; Maquiagem para Carnaval; Técnicas Básicas de Barbeiro; Automaquiagem; Design de Sobrancelhas e Embelezamento de Cílios; Unhas de gel; Design de Mechas; e Maquiador.
No segmento da comunicação é ofertada a oficina Oratória e Retórica: Como se Expressar Bem em Público de Forma Tranquila e Segura. Na área de gestão oferta-se Aplicabilidade da Ferramenta 5w2h; Assistente Administrativo; Recepcionista; Plano de Negócios para Empreendedores Inovadores; Indicadores de Empenho e Gestão Empresarial; Informática Básica; Excel; e Língua Brasileira de Sinais Básicos (LIBRAS).
Os investimentos em cada curso variam de acordo com o grau de complexidade da formação, havendo a taxa de R$ 30 para as atividades de curta duração e a partir de R$ 105 em relação aos cursos. Uma das preocupações do SENAC é ofertar a facilidade de pagamento, como parcelamento no cartão de crédito e boleto bancário, por exemplo. Para quem se enquadra na classe comerciária, ou seja, é trabalhador do ramo do comércio, ainda há desconto de 40%.
Simone Patrícia diz que o grande diferencial do SENAC é o modelo pedagógico adotado. “Ele procura desenvolver no aluno a vivencia de situações de aprendizado, que simulem a realidade profissional, utilizando práticas que aproximam da realidade do mercado”, explica, acrescentando que o foco da entidade é a educação profissional.
“A nossa maior missão é educar em atividades do comércio, bens, serviços e turismo e a gente visa essa formação. Existem cursos que são aperfeiçoamentos, ou seja, são competências a agregar às pessoas que já estão no mercado de trabalho e que precisam se aprimorar. A cada dia, o SENAC atua nessa direção. Ele vai do básico ao que já está realmente inserido no mercado de trabalho”, diz.
Um destaque do SENAC é a oferta do Banco de Oportunidades, disponível no site da entidade www.pa.senac.br . Na página é possível uma empresa se cadastrar e buscar entre os alunos que também estejam cadastrados pessoas disponíveis para vagas de emprego.
Há três meses como Jovem Aprendiz no SENAC Parauapebas, Maurício Rodrigues, de 18 anos, divide a experiência com o primeiro emprego. “Um amigo meu já trabalhava na empresa que hoje trabalho, me despertou interesse e fui atrás para buscar as informações sobre como eu podia ingressar também”.
Após tomar uma atitude que, segundo ele, foi considerada “quase desesperadora” descobriu que o SENAC seria o grande empurrão para poder acessar o mercado de trabalho. “Fui no dono da empresa, conversei com ele, falei sobre a minha situação e que queria trabalhar. Tinha 17 anos, ia completar 18, falei que estava terminando o Ensino Médio e precisava de uma oportunidade”. De lá, o empresário o encaminhou para o curso na entidade.
“No começo foi algo totalmente diferente da escola. A metodologia é diferente porque chega aqui a gente faz simulação, a apresentação é diferente. Acredito que o curso me ajuda muito no meu desenvolvimento, no meu crescimento como pessoa e na profissão”, conta.
Maurício pontua que um dos diferenciais do sistema é poder acessar a teoria e na empresa a testar na prática. “Acho muito importante”, considera o aluno que sonha ser professor de Educação Física.
A também Jovem Aprendiz Camila da Silva Lima, de 17 anos, ainda é estudante do Terceiro Ano do Ensino Médio, mas decidiu se candidatar à uma vaga em uma empresa na cidade para ganhar experiência. “Eu ainda não tinha nenhuma experiência profissional e eu gostaria de ter a oportunidade de desenvolver habilidades e competências para poder ser inserida no mercado de trabalho”, revela.
Camila, ao ver outros estudantes com o uniforme do SENAC, se interessou em descobrir de que forma o sistema funcionava. “Me candidatei e fui chamada”. Ela está há menos de um mês no curso, mas garante que o objetivo profissional é ser empreendedora. “Tenho vontade de ter a minha loja”, diz, dividindo que também planeja cursar Psicologia. A estudante cita o que acredita ser o diferencial na educação do SENAC. “A gente tem muita dinâmica, a gente sempre faz simulações nos preparando para os desafios reais do dia a dia da empresa”, finaliza.
A agência do SEBRAE em Parauapebas foi aberta em 2011, abrangendo mais três municípios da região, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Eldorado do Carajás. A atuação junto a empreendedores da região, entretanto, já acontecia desde 1.980, conforme informou o gerente da unidade, Raimundo Nonato Oliveira.
Ele explica que o público-alvo da instituição é tanto quem já empreende, quanto quem tem a vontade de começar a empreender. Ele explica que o primeiro caso abrange os microempreendedores individuais – aqueles que faturam até R$ 81 mil ao ano; donos de microempresas – que faturam até R$ 360 mil ao ano; donos de pequenas empresas – com faturamento de até R$ 4,8 milhões ao ano; e os pequenos produtores rurais.
Há, ainda, um programa voltado para estudantes, que abrange a educação empreendedora, disseminando e fomentando o empreendedorismo em sala de aula. A previsão do SEBRAE em Parauapebas, para o primeiro semestre de 2020, é atender 425 alunos com cursos e oficinas. “Cada turma de curso e oficina pode atender até 30 alunos. Nossa média é de 25 alunos por turma”, explica o gerente.
Para todo o ano, a expectativa é atender pelo menos 2.520 empresas, com uma programação de 17 cursos, 19 oficinas, 44 palestras, 7 seminários, 2 rodadas de negócios e 764 consultorias. Ainda em 2020 mais de 2.500 estudantes deverão receber conteúdo de educação empreendedora por meio de professores capacitados pelo SEBRAE.
Conforme Raimundo Nonato, é preocupação da entidade programar a oferta de cursos de acordo com a demanda regional. “Atuamos de forma municipalizada. Em todos os municípios temos uma rede de parceiros, de vários segmentos e dos setores público e privado, com representação da classe empresarial. Isso nos dá segurança para atuar de acordo com as necessidades locais e dos negócios, pensando e contribuindo com a vocação econômica”, diz.
Ele destaca que enquanto instituição de fomento ao empreendedorismo e apoio aos pequenos negócios, o SEBRAE cumpre um papel importante para o desenvolvimento econômico da região. “Atuamos com capacitação técnica, gestão dos negócios, abertura de mercado, promoção do acesos ao crédito e como articulador de um ambiente favorável aos pequenos negócios, sendo parceiro do poder público na criação de políticas públicas e diversas outras ações”, diz.
O gerente acrescenta que na região a entidade é parceira das prefeituras de Canaã dos Carajás e Parauapebas para a implementação do “Cidade Empreendedora”, um programa de transformação econômica de municípios, organizado pelo SEBRAE em 10 eixos de atuação, com foco na melhoria do ambiente de negócios, pela implantação de políticas públicas e ações de desenvolvimento para os pequenos negócios.
Além de cursos, o sistema atua na realização de oficinas, palestras, workshops, eventos de capacitação e de disseminação de conhecimento em áreas, como empreendedorismo, gestão dos negócios, vendas, marketing, com ações mais gerais e atividades segmentadas de acordo com o público, de forma coletiva ou mais individualizada, nas consultorias. Ainda são realizados seminários, como o “Desafios do Crescimento, palestras, orientações técnicas e consultorias”, agendado para este semestre.
– “Como atender melhor seu Cliente
– Transforme sua ideia em negócio
– Como validar seu modelo de negócio
– Gestão Financeira
– Formação básica de Agentes de Desenvolvimento
– Inovação
– Como Aumentar suas Vendas
– Como planejar o meu negócio
– Vendendo mais em datas comemorativas
– Como otimizar o marketing no Facebook e Instagram
– Compras Públicas – para Produtor Rural
– Compras Públicas – para Empresários
– Compras Públicas – para Funcionários Públicos
– Finanças para MEI
– Vendas para MEI
– Atendimento para MEI
– Marketing Digital para MEI
O SENAI desembarcou na Serra de Carajás acompanhando o desenvolvimento das atividades de mineração na região, a partir de um contrato de comodato e de prestação de serviços com a empresa VALE. Em 2004, “desceu a serra” para Parauapebas, onde hoje tem capacidade de atender mais de 20 cursos simultaneamente nas instalações.
Atualmente, atua nas áreas de automação; eletroeletrônica; eletromecânica; gestão; informática; segurança do trabalho; metalmecânica; mineração; soldagem; e logística. As modalidades abrangidas são Aperfeiçoamento, Aprendizagem, Habilitação Técnica, Iniciação Profissional e Qualificação. Os cursos são presenciais e a distância.
Por ano, o SENAI de Parauapebas capacita, em média, 6 mil pessoas. Por turno, a capacidade é de atender 400 alunos ao dia. Para os cursos da modalidade de iniciação profissional, de 14 horas de duração, a instituição recebe alunos a partir de 14 anos.
Para cursos na modalidade Qualificação Profissional, com o mínimo de 160 horas de duração, a partir de 16 anos e para a modalidade Técnica atende alunos que tenham concluído ou que estejam cursando o último ano do Ensino Médio. Salvo essas exceções, informa a entidade, não há restrição de idade ou sexo e os cursos são destinados para todos os públicos.
Em 2020, conforme informado ao Correio de Carajás, a meta é realizar 6.820 matrículas em diversos cursos e modalidades de capacitação. Além disso, está previsto para o segundo semestre deste ano o início das obras da unidade integrada SESI/SENAI em Parauapebas.
O novo empreendimento será construído em uma área de aproximadamente 21.558 m², oriunda de doação pela Prefeitura Municipal ao SENAI. A implantação inclui 1 bloco administrativo, 20 espaços pedagógicos, 1 biblioteca, 1 espaço de convivência e 6 modernos laboratórios, além de quadra de esportes, piscina adulto semiolímpica e infantil, 2 campos de futebol society, bloco pedagógico, 2 Centros de Recreação e outros espaços.
Os serviços ofertados por SESI e SENAI alcançarão até 21 municípios da mesorregião sudeste do estado. A estimativa de investimento é de R$ 38,6 milhões.
Com a qualidade da estrutura e dos profissionais, o SENAI se coloca como um agente muito importante para o desenvolvimento da região, pois é o principal formador de mão de obra qualificada, potencializando oportunidades para as pessoas que vivem na cidade e região. É também um parceiro no que diz respeito aos processos de inovação das indústrias instaladas no município.
Formado em Letras e Artes pela UFPA, atua como jornalista há 23 anos. Trabalhou como professor de natação no Sesi na década de 1990. Hoje, é aluno de natação e da academia na mesma instituição.
É o caçula da Redação. Tem apenas 18 anos, mas iniciou sua trajetória no noticiário em 2014, em um blog de Marabá. É filho de caminhoneiro e vê no SEST SENAT capacidade para potencializar o setor de transporte da região.
Natural de Santa Terezinha do Itaipu, no Paraná, onde estudou Jornalismo. Chegou a Marabá há oito anos e ficou encantada em conhecer mais a fundo o sistema que qualifica pessoas para o mercado de trabalho.
Theíza Cristhine é formada em Jornalismo pela UFT. Ficou entusiasmada ao divulgar a importância das entidades responsáveis por qualificação profissional em Parauapebas.
Formada em Letras pela Unifesspa, iniciou a carreira de jornalista há 9 anos. Foi aluna da academia do Sesc durante 1 ano e tem grande admiração pelo trabalho de incentivo aos empreendedores que é desenvolvido pelo Sebrae.
Chagas Filho, repórter há mais de duas décadas; graduado em Pedagogia pela UFPA e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia pela UNIFESSPA. Foi estudante do SENAI entre os anos de 1989 e 1991.
Natural de Marabá, estudou jornalismo na UFT, em Palmas-TO. Se capacitou no pacote office através da Escola Aberta de Informática do Senac, em Palmas, em 2014.
Natural de Grajaú-MA, está radicado em Marabá desde 1986. Em 1989 começou a trabalhar como repórter-fotográfico para o Jornal Correio, função que exerce há 30 anos. Fez questão de que uma de suas filhas, Ana Caroline, fizesse curso no SENAC para se qualificar.